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FUTEBOL DE LUTO

Lu­ta ago­ra é pe­la vi­da dos seis sobreviventes da tragédia

Três deles são jo­ga­do­res, entre os quais está o go­lei­ro Fo­ll­mann, que jo­gou pe­la URT e foi des­ta­que no Mi­nei­ro

postado em 30/11/2016 06:00 / atualizado em 30/11/2016 11:05


Re­ser­va da Cha­pe­coen­se, go­lei­ro Ja­ck­son Rag­nar Fo­ll­mann, de 24 anos, um dos so­bre­vi­ven­tes da tra­gé­dia, tem li­ga­ção re­cen­te com Mi­nas Ge­rais. Ele foi go­lei­ro ti­tu­lar da URT, de Pa­tos de Mi­nas, na dis­pu­ta do Cam­peo­na­to Mi­nei­ro des­te ano e te­ve atua­ções des­ta­ca­das con­tra Atlé­ti­co, Cru­zei­ro e Amé­ri­ca. Ao fi­nal do tor­neio, foi con­tra­ta­do pe­la Cha­pe.

Nos jo­gos pe­lo ti­me do Al­to Pa­ra­naí­ba, o go­lei­ro foi apon­ta­do co­mo um dos res­pon­sá­veis di­re­tos pe­la URT ter ter­mi­na­do em ter­cei­ro lu­gar na fa­se de clas­si­fi­ca­ção, ga­ran­tin­do va­ga nas se­mi­fi­nais, quan­do en­fren­tou o Atlé­ti­co, em­pa­tan­do o pri­mei­ro jo­go, em Pa­tos, por 2 a 2. Na se­gun­da par­ti­da, o Ga­lo ga­nhou por 2 a 0, em BH, mas Fo­ll­mann foi con­si­de­ra­do o me­lhor em cam­po. Ele dis­pu­tou 12 jo­gos, num to­tal de 1.080 mi­nu­tos, so­fren­do 11 gols.

Já no clu­be ca­ta­ri­nen­se, Fo­ll­mann te­ve pou­cas chan­ces, já que o ti­tu­lar Da­ni­lo era um dos des­ta­ques na me­lhor tem­po­ra­da da Cha­pe, mui­to dis­ci­pli­na­do e não le­vou car­tões ama­re­los ou se­quer se con­tun­diu no Bra­si­lei­rão.

Na Co­pa Sul-Ame­ri­ca­na, Fo­ll­mann fez um jo­go e le­vou um gol. Sua úni­ca par­ti­da foi na pri­mei­ra fa­se do tor­neio, quan­do a Cha­pe­coen­se, com ti­me re­ser­va, per­deu por 1 a 0 pa­ra o Cuia­bá, na ca­pi­tal ma­to-gros­sen­se.

Fo­ll­mann nas­ceu em San­ta Ro­sa (RS), em 14 de mar­ço de 1992. Tem 1, 86m de al­tu­ra e pe­sa 80 qui­los. Co­me­çou a car­rei­ra no Grê­mio. Pas­sou pe­lo Ju­ven­tu­de, de 2009 a 2012, em­pres­ta­do, re­tor­nan­do ao Grê­mio on­de fi­cou até 2015. De lá, foi pa­ra a Li­nen­se e es­te ano veio pa­ra a URT e, em se­gui­da, pa­ra a Cha­pe­coen­se.

O jo­ga­dor foi um dos pri­mei­ros a ser re­ga­ta­do e foi le­va­do pa­ra o Hos­pi­tal San Juan de Díos, em La Ca­je, ci­da­de pró­xi­ma a Me­de­l­lín. Lá, re­ce­beu os pri­mei­ros so­cor­ros e foi ope­ra­do, ten­do, se­gun­do o mé­di­co Gui­l­ler­mo Mo­li­na, uma das per­nas am­pu­ta­das. Em se­gui­da, foi re­mo­vi­do pa­ra o CTI do hos­pi­tal, on­de de­ve­rá per­ma­ne­cer até que se te­nha cer­te­za de que não cor­re ris­co de vi­da.

OU­TROS SO­BRE­VI­VEN­TES
Além do go­lei­ro Ja­ck­son Fo­ll­mann, ou­tras cin­co pes­soas so­bre­vi­ve­ram ao aci­den­te. Dois são tam­bém jo­ga­do­res da Cha­pe­coen­se, o za­guei­ro Ne­to (Hé­lio Her­mi­to Zam­pier Ne­to) e o la­te­ral-di­rei­to Alan Rus­chel. Ne­to foi o úl­ti­mo a ser res­ga­ta­do com vi­da e foi le­va­do pa­ra o hos­pi­tal San Juan de Díos, on­de per­ma­ne­cia in­ter­na­do. Se­gun­do bo­le­tim mé­di­co, o es­ta­do do jo­ga­dor, que te­ve com­pro­me­ti­men­to en­cé­fa­lo-cra­nia­no e fra­tu­ras ex­pos­tas de mem­bros in­fe­rio­res, é con­si­de­ra­do gra­ve. O jo­ga­dor foi en­tu­ba­do e pas­sou por ci­rur­gia.

Ne­to foi en­con­tra­do jun­to a um pe­da­ço da fu­se­la­gem, quan­do os mem­bros da equi­pe de res­ga­te já não acre­di­ta­vam que po­de­riam en­con­trar ne­nhum so­bre­vi­ven­te. Em re­la­ção ao jo­ga­dor, exis­te ain­da sus­pei­ta de le­são na co­lu­na ver­te­bral, mas os mé­di­cos de­ci­di­ram es­pe­rar pa­ra rea­li­zar exa­mes com­ple­men­ta­res de­vi­do ao es­ta­do de saú­de de Ne­to não ser con­si­de­ra­do es­tá­vel.

Já Rus­chel so­freu fra­tu­ra na co­lu­na e vá­rias nas per­nas. Seu re­tor­no ao fu­te­bol é con­si­de­ra­do im­pos­sí­vel. Ele foi trans­fe­ri­do do Hos­pi­tal San Juan de Díos pa­ra ou­tro es­pe­cializa­do em fra­tu­ras de co­lu­na. Além de­les, o ra­dia­lis­ta Ra­fael Hen­zel, da Rá­dio Cha­pe­có, o téc­ni­co da ae­ro­na­ve Erwin Tu­mi­ri e a co­mis­sá­ria de bor­do Xi­me­na Sua­rez fo­ram os ou­tros so­bre­vi­ven­tes. Se­gun­do Tu­mi­ri, ele so­bre­vi­veu por ter se­gui­do à ris­ca os pro­to­co­los de se­gu­ran­ça de aci­den­tes aé­reos, en­quan­to o res­tan­te dos pas­sa­gei­ros não o fez.

“So­bre­vi­vi por­que se­gui os pro­to­co­los. Na­que­la si­tua­ção, mui­tos se le­van­ta­ram das ca­dei­ras e co­me­ça­ram a gri­tar, mas eu co­lo­quei as ma­las en­tre mi­nhas per­nas pa­ra for­mar a po­si­ção fe­tal que se re­co­men­da nos aci­den­tes”, de­cla­rou, à Rá­dio Ca­ra­col. En­tre­tan­to, até o fe­cha­men­to des­ta edi­ção, não ha­via si­do di­vul­ga­das in­for­ma­ções so­bre o es­ta­do de saú­de de­les.

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