Reserva da Chapecoense, goleiro Jackson Ragnar Follmann, de 24 anos, um dos sobreviventes da tragédia, tem ligação recente com Minas Gerais. Ele foi goleiro titular da URT, de Patos de Minas, na disputa do Campeonato Mineiro deste ano e teve atuações destacadas contra Atlético, Cruzeiro e América. Ao final do torneio, foi contratado pela Chape.
Nos jogos pelo time do Alto Paranaíba, o goleiro foi apontado como um dos responsáveis diretos pela URT ter terminado em terceiro lugar na fase de classificação, garantindo vaga nas semifinais, quando enfrentou o Atlético, empatando o primeiro jogo, em Patos, por 2 a 2. Na segunda partida, o Galo ganhou por 2 a 0, em BH, mas Follmann foi considerado o melhor em campo. Ele disputou 12 jogos, num total de 1.080 minutos, sofrendo 11 gols.
Já no clube catarinense, Follmann teve poucas chances, já que o titular Danilo era um dos destaques na melhor temporada da Chape, muito disciplinado e não levou cartões amarelos ou sequer se contundiu no Brasileirão.
Na Copa Sul-Americana, Follmann fez um jogo e levou um gol. Sua única partida foi na primeira fase do torneio, quando a Chapecoense, com time reserva, perdeu por 1 a 0 para o Cuiabá, na capital mato-grossense.
Follmann nasceu em Santa Rosa (RS), em 14 de março de 1992. Tem 1, 86m de altura e pesa 80 quilos. Começou a carreira no Grêmio. Passou pelo Juventude, de 2009 a 2012, emprestado, retornando ao Grêmio onde ficou até 2015. De lá, foi para a Linense e este ano veio para a URT e, em seguida, para a Chapecoense.
O jogador foi um dos primeiros a ser regatado e foi levado para o Hospital San Juan de Díos, em La Caje, cidade próxima a Medellín. Lá, recebeu os primeiros socorros e foi operado, tendo, segundo o médico Guillermo Molina, uma das pernas amputadas. Em seguida, foi removido para o CTI do hospital, onde deverá permanecer até que se tenha certeza de que não corre risco de vida.
OUTROS SOBREVIVENTES Além do goleiro Jackson Follmann, outras cinco pessoas sobreviveram ao acidente. Dois são também jogadores da Chapecoense, o zagueiro Neto (Hélio Hermito Zampier Neto) e o lateral-direito Alan Ruschel. Neto foi o último a ser resgatado com vida e foi levado para o hospital San Juan de Díos, onde permanecia internado. Segundo boletim médico, o estado do jogador, que teve comprometimento encéfalo-craniano e fraturas expostas de membros inferiores, é considerado grave. O jogador foi entubado e passou por cirurgia.
Neto foi encontrado junto a um pedaço da fuselagem, quando os membros da equipe de resgate já não acreditavam que poderiam encontrar nenhum sobrevivente. Em relação ao jogador, existe ainda suspeita de lesão na coluna vertebral, mas os médicos decidiram esperar para realizar exames complementares devido ao estado de saúde de Neto não ser considerado estável.
Já Ruschel sofreu fratura na coluna e várias nas pernas. Seu retorno ao futebol é considerado impossível. Ele foi transferido do Hospital San Juan de Díos para outro especializado em fraturas de coluna. Além deles, o radialista Rafael Henzel, da Rádio Chapecó, o técnico da aeronave Erwin Tumiri e a comissária de bordo Ximena Suarez foram os outros sobreviventes. Segundo Tumiri, ele sobreviveu por ter seguido à risca os protocolos de segurança de acidentes aéreos, enquanto o restante dos passageiros não o fez.
“Sobrevivi porque segui os protocolos. Naquela situação, muitos se levantaram das cadeiras e começaram a gritar, mas eu coloquei as malas entre minhas pernas para formar a posição fetal que se recomenda nos acidentes”, declarou, à Rádio Caracol. Entretanto, até o fechamento desta edição, não havia sido divulgadas informações sobre o estado de saúde deles.