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A Raposa, que acabara de ser campeã nacional pela segunda vez consecutiva, cogitava a contratação de mais um atleta para a posição. Ainda que fosse reserva de Fábio, Danilo se animou com a possibilidade. Em entrevista ao Superesportes no dia 3 de dezembro de 2014, o jogador comentou a situação. “De forma nenhuma a titularidade do Fábio seria empecilho para o acerto. A gente conhece a história dele no Cruzeiro, o ótimo momento que vive e time grande é isso, tem que trabalhar com goleiro de nível. Seria um grande prazer, na verdade”.
Danilo, porém, acabou renovando com a Chapecoense por mais dois anos, após fracassada negociação com o Corinthians. E no começo desta temporada, estendeu o vínculo até 2018. Com grandes atuações, ele conquistou uma cidade de 200 mil habitantes e muitos milhões de torcedores que passaram a nutrir carinho pelo Verdão do Oeste, sempre com campanhas respeitosas na Série A.
Mesmo sem o acerto com o Cruzeiro, Danilo foi solícito com a reportagem do Superesportes. À época da contratação do zagueiro Douglas Grolli pelo clube celeste, o jogador passou o contato telefônico do ex-colega de clube, que, no dia 9 de fevereiro de 2015, foi entrevistado já como atleta da Raposa (Clique e relembre). O repórter Tiago Mattar, que fez contato com o camisa 1 da Chape, deu detalhes do bate-papo:
"Na adrenalina de apuração que muitas vezes nos motiva, encontramos pessoas de todos os tipos pelo caminho. A grande parte delas, dirigentes estressados, empresários mentirosos, jogadores receosos. Danilo foi umas das exceções que me marcaram na curta trajetória. Havia um boato de que o Cruzeiro queria contratá-lo e fomos atrás dos números. O dele não foi difícil, um amigo assessor de Santa Catarina já me adiantou: 'Ligue tranquilo. Cara da melhor espécie'. Danilo foi de uma educação ímpar e logo de cara, diferentemente do trivial, acreditei em cada palavra da negação sobre qualquer proposta do Cruzeiro. Pela simpatia, mantive próximo, trocamos mensagens por alguns dias, ele sempre muito atencioso e se mostrando acima da média no trato. Dias depois, precisei do contato de Grolli, seu então companheiro de Chapecoense que era especulado no Cruzeiro, e liguei para pedir uma ajuda. Antes mesmo de eu falar o motivo da ligação, Danilo brincou: "Quer o contato do Grolli, né, meu amigo?". Ri e confirmei. Sua simplicidade ficou registrada na minha memória. Seu número está guardado em minha agenda até hoje, embora não tenha feito novos contatos. Hoje, quando soube da tragédia, minha primeira ação foi visualizar seu contato, na esperança de que um 'visto por último' diminuísse a tristeza. Vi a foto com o filho e a vontade era de mandar ali uma mensagem que chegasse algum dia ao pequeno Lorenzo: garoto, seu pai, além de santo, é um humano acima da média. Obrigado pelo tratamento de sempre, Danilo, e que Deus conforte Laine (mãe do jogador), Letícia (esposa) e toda família".
Desde 2013 na Chapecoense, Danilo disputou 152 partidas oficiais. Anteriormente, ele havia passado pelos paranaenses Londrina, Arapongas, Operário, Paranavaí, Nacional e Cianorte. O goleiro deixa a esposa Letícia e o filho Lorenzo, de apenas 2 anos.