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Paulo Junior: Tiquinho "é f..." e a cara do melhor time do Brasileirão

Atacante foi mais uma vez decisivo para o botafogo e anotou o gol da vitória sobre o Palmeiras

26/06/2023 12:00 / atualizado em 25/06/2023 22:48
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Tiquinho comemora seu gol contra o Palmeiras
foto: (Foto: Icon Sport)

Tiquinho comemora seu gol contra o Palmeiras

Havia um jogador no Allianz Parque que anda precisando de meia chance para ganhar um jogo, e a bola rebatida parcialmente sobrou exatamente em seus pés, três rivais mais goleiro à frente, inúteis, para que ele primeiro limpasse e depois batesse cruzado para fazer o gol da vitória.

 

Se o Botafogo chegar campeão lá em dezembro, haverá aquele exercício típico dos pontos corridos de se discutir os principais dias da campanha, a partida decisiva, o gol do título. E sem dúvidas muitos alvinegros terão, no 1 a 0 sobre o Palmeiras, em São Paulo, gol dele, o dia mais marcante.

 

Tiquinho Soares, tarde de sol e jogo em TV aberta para praticamente todo o país, venceu Weverton, e o Botafogo superou o atual campeão para abrir impressionantes sete pontos de vantagem na liderança em apenas 12 jogos. Tem muito campeonato pela frente, mas tem muito ponto de margem, também. 

 

O paraibano de 32 anos é o melhor jogador do primeiro terço do campeonato. Entre seus parceiros de posição, vive fase iluminada, bastante coisa acima de Pedro, convocado à última Copa, Cano, artilheiro da edição passada do Brasileiro, Hulk ou Gabriel, craques de edições recentes.

 

E olha que o nível é muito bom. Luis Suárez tem marcado seus gols e gerado muito jogo no Grêmio, exibindo sua qualidade notável mesmo em queda física, talvez a grande unanimidade da nossa liga local, um craque incontestável de sua geração. Vitor Roque é outro que guarda e já são seis gols no Brasileiro, muito influente no Athletico-PR para apenas 18 anos. Roger Guedes, jogando menos enfiado, vive momento de refinamento técnico e tentos importantes, mesmo no cambaleante Corinthians. Mas Tiquinho é o cara e a calma do melhor time da liga, a referência de bola e também do astral, fedendo a gol sem concorrência no momento. Em dez das doze rodadas, marcou ou deu assistência. Voando.

 

Em visita a Rony, ganhou o duelo com o centroavante que vem sendo levado à seleção. A diferença para todos esses é que, hoje, a bola que ele toca toca vira ouro. Em São Paulo, o Botafogo marcou demais, mas quando a posse chegava no 9 havia um clarão de lucidez e uma certeza: vem coisa boa. Partidaça, e trabalho constante para Luan e Goméz.

 

É de saltar os olhos a concentração coletiva  do Botafogo. O Palmeiras cruzou demais como de costume, errou muito nessa penúltima bola, mas o posicionamento de Adryelson esteve perto do impecável. Os lados conseguiram bloquear os cruzamentos de bico da área - Rafael segurou bem o duelo com Dudu, e Júnior Santos, depois Segovia, também não perderam o foco por um instante. Melhor fisicamente que o adversário, o time de Luís Castro teve gás nos duelos para manter o encaixe por todo o tempo, e deixou o jogo extremamente ingrato para o ataque palmeirense. Veiga, num dia bem abaixo, perdeu o pênalti, coisa rara, fruto também do desconforto causado pela aplicação do Botafogo, que não permitiu que o meia pudesse gostar do jogo um segundo sequer. 

 

Artilheiro do Botafogo foi o cara da tarde no Allianz
foto: (Foto: Icon Sport)

Artilheiro do Botafogo foi o cara da tarde no Allianz

Lá na frente, passeia com leveza o atacante de Souza-PB, que brilhou no Porto e rodou o mundo antes de vir dançar vestindo a Estrela Solitária. A música da torcida para o novo ídolo, que termina dizendo que ele é f..., brinca com a clássica 'Está chegando a hora', que nas arquibancadas costumava tradicionalmente ser cantada ao final dos jogos, como numa despedida, que o dia já vem raiando e é tempo de ir embora. Para Tiquinho, é mais uma premonição, um anúncio, desde o início. Como num tá chegando a hora prévio, que indica o que virá nos 90 minutos adiante, correspondido, e muito bem, nesses primeiros dois meses e meio do sonho botafoguense.

 

Luís Castro fica para sequência?

 

A dúvida fica por conta da sequência do treinador. Se o Botafogo nos prova que o longo trabalho de Luís Castro permitiu que ele encontrasse a sintonia fina desse time mesmo depois de passar por momentos bem ruins, a Arábia Saudita nos lembra que os caminhões de dinheiro estão vivendo uma renovação de frota, embicando em toda e qualquer qualidade de futebol mundo afora. Seria um golpe duro para o clube e uma tristeza para a Série A do Brasileiro.


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