Na última terça-feira (7), o Atlético-MG venceu o Alianza Lima por 1 a 0, no estádio Alejandro Villanueva, na capital do Peru. Além de encaminhar a classificação às oitavas da Libertadores, o Galo pôs fim a uma série invicta de um torcedor ilustre da equipe peruana.
José Luiz Bolaños, conhecido como Chapolin Blanquiazul, ainda não tinha visto seu time perder em casa desde que começou a usar a fantasia. O personagem azul e branco foi inspirado homônimo colorado, criado por Roberto Bolaños, seu xará mexicano que alcançou fama mundial.
— Desde o ano passado tenho usado esse personagem para difundir temas importantes, como o combate ao racismo nos estádios e para fazer trabalhos sociais também. Foram 20 partidas do Alianza Lima sem derrota aqui em Matute, com Chapolin – contou o torcedor ao Superesportes.
Chapolin luta contra o racismo no estádio
A partida diante do Atlético pode ter dado fim ao tabu de Bolaños, mas com certeza não vai interferir no trabalho que ele realiza. Um dos motivos pelos quais passou a se vestir de Chapolin no Estádio Alejandro Villanueva, foi a crescente de atos racistas contra jogadores.
— Eu uso esse personagem para falar de temas que ninguém gosta de falar. Aqui no estádio, meu lema é o combate ao racismo. A aceitação é maior quando há um personagem falando sobre o assunto. A polícia não gosta muito de personagens, porque pensam que vai causar tumulto, mas sigo vindo em todas as partidas – contou o Chapolin peruano.
Fora das dependências do Alejandro Villanueva, José também se fantasia, mas não para de torcer pelo seu time. Voluntário em ONGs voltadas para crianças carentes de Lima, El Chapolin usa seu carisma para entreter os pequenos.
— Eu já me vestia de palhaço antes de começar a usar o Chapolin, mas não fazia tanto sucesso, inclusive com as crianças. Com esse personagem, consigo arrecadar muito mais doações e até a imprensa passou a me observar mais. Chapolin é um personagem a nível mundial. Inconfundível – concluiu.