Qual é o clima que o Atlético-MG vai encarar contra o Alianza Lima, no Peru

Nos arredores do Estádio Alejandro Villanueva, mais conhecido como Matute, os muros são azuis e brancos e possuem os mais variados formatos que o escudo do Alianza Lima teve ao longo do centenário. Em um dia sem partidas, a primeira impressão que se tem em La Victoria, distrito onde o estádio está localizado, é familiar e amistoso. Os turistas são recebidos com festa e sorrisos largos.  

Mas nem de longe esse deve ser o clima que o Atlético-MG vai encontrar em Lima, no Peru, nesta terça-feira (6), pela 5ª rodada da fase de grupos da Libertadores. 

Os dias de jogo são também dias de guerra, segundo alguns torcedores do Alianza, que se referem aos confrontos continentais como “dolorosos”. Afinal, o time mais popular do Peru não tem um estilo copeiro e acumula resultados negativos no torneio. Sendo assim, quem faz bonito é a torcida, que não poupa esforços para assustar os adversários. 

- Em casa é a gente quem manda - disparou o torcedor Victor Cornejo, em conversa com o Superesportes.  

Os torcedores chegam horas antes e só vão embora bem depois dos jogos. Por isso, a “fan fest”, como os peruanos costumam chamar a concentração no raio do estádio, conta com carrinhos de comida, barraquinhas e bebidas variadas. Uma programação tipicamente sul americana.

Não tem como andar por aqui em dia de jogo. É simplesmente cheio de gente, bebendo, cantando e se preparando para a partida. É uma loucura, na verdade. O pessoal costuma chegar bem cedo e invade as ruas - afirma Cornejo. 

O fluxo de pessoas é tão grande que cerca de quatro quadras são fechadas, mais ou menos 1km nos arredores de Matute fica totalmente intransitável por carros. O trânsito local, que já é caótico, piora. 

Pela importância da partida, a expectativa é de grande público. O duelo entre as equipes marca uma disputa direta pela segunda colocação no Grupo G, que por enquanto tem o Atlético na frente pelo saldo de gols, com apenas um a mais do que o Alianza. 

No entanto, a média de público do Alianza já vem em uma crescente nos últimos meses. Casa cheia em todos os jogos. A tendência começou após as disputas judiciais entre Federação Peruana de Futebol (FPF) e Alianza Lima, que é um dos opositores do novo modelo de direitos de transmissão imposto pela entidade.

O clube azul e branco passou quatro meses sem receber os valores referentes aos direitos de transmissão. Isso porque assinou um contrato de uma década com o CFP (Peru Football Consortium), no valor de US$ 100 milhões, a despeito da medida cautelar da FPF, que não reconhece a legitimidade do acordo. 

Como o Alianza tem esse impasse judicial com a entidade, os jogos transmitidos pela Liga 1 Max, streaming da primeira divisão do Campeonato Peruano, estão no limbo em termos econômicos. Por isso, em 2023, a ida ao estádio ganhou um peso de “resposta” da torcida azul e branca à FPF, segundo apurou o Superesportes.