Atlético passa sufoco diante do Brasil-RS, mas avança na Copa do Brasil
Galo sofreu mais do que o necessário para eliminar o adversário da Quarta Divisão, mas avançou com gol salvador de Zaracho nos minutos finais da partida
O Atlético passou um grande sufoco, mas empatou com o Brasil de Pelotas na noite desta quarta-feira (26/4), por 1 a 1, no Estádio Bento de Freitas, em Pelotas, e avançou às oitavas de final da Copa do Brasil. No duelo, Márcio Jonatan marcou para os gaúchos e Matías Zaracho marcou o gol salvador para os mineiros no fim.
O Atlético, mais uma vez, foi aquém do que pode apresentar. Iniciou a partida tenso, sofrendo com o ímpeto do Brasil de Pelotas que, empurrado pela torcida, abriu o placar no primeiro tempo. O Galo voltou a desperdiçar grandes chances, mas, ao mesmo tempo, se mostrou pouco criativo.
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Na segunda etapa, ainda que tenha dominado a posse de bola na maior parte do tempo, o Galo foi improdutivo. Na reta final, já aos 44 minutos, um lindo passe de Mariano por cima da defesa adversária encontrou Zaracho livre na área, e o argentino marcou para salvar a equipe alvinegra e garantir a classificação.
Agora, o Atlético se concentra na disputa da Série A do Campeonato Brasileiro. No sábado (29/4), às 21h, o Galo receberá o Athletico-PR em partida válida pela terceira rodada da principal competição nacional.
O time de Eduardo Coudet teve um início ruim no Brasileirão e busca reabilitação. Depois de uma derrota para o Vasco e um empate com o Santos, o Atlético ocupa a 16ª colocação na tabela de classificação, com apenas um ponto conquistado.
Antes mesmo da bola rolar, chamava atenção o péssimo estado em que o gramado do Bento de Freitas se encontrava. A partir do apito inicial, o desenrolar dos primeiros minutos revelou um confronto tenso e brigado, com intensas disputas por cada bola. Inflamado pela torcida, o Brasil de Pelotas buscava marcar presença no campo ofensivo desde o início.
Aparentemente nervoso na partida, o Atlético tinha dificuldades na saída de bola, além de problemas para engatar sequências de passes, e se via pressionado. Passada a tensão inicial, o Galo se viu mais confortável para fazer valer a superioridade técnica e aproveitava os espaços deixados entre as linhas do Xavante para criar situações de finalização.
Apesar disso, aos 17 minutos, a equipe de Coudet sofreu uma "ducha de água fria". Em lance de falta do meio-campo, a defesa alvinegra perdeu a disputa aérea e a bola sobrou para Márcio Jonatan. O atacante do time gaúcho demonstrou oportunismo para balançar as redes: 1 a 0.
Nada dava certo para o Atlético. Cara a cara com o goleiro Marcelo Pitol, em lance impressionante, Eduardo Vargas chutou por cima e desperdiçou uma oportunidade clara de balançar as redes.
O lado esquerdo do Galo era o que tinha mais protagonismo na construção ofensiva. Nesse sentido, Igor Gomes sobressaía em relação aos companheiros ao chamar o jogo para si e usar da boa visão de jogo para distribuir bons passes. Com desarmes e boa participação ofensiva, Patrick também tinha atuação positiva.
Nos minutos finais do primeiro tempo, o time mineiro caiu bastante de produção. Forçava muitas bolas longas e se via com mais dificuldades para chegar ao gol adversário.
O Atlético encerrou a primeira etapa com 67% de posse de bola e 11 finalizações - contra quatro do adversário. Apesar disso, mais uma vez teve dificuldades de converter as oportunidades criadas em gol.
Segundo tempo
Desde o início da etapa complementar, o cenário estava desenhado: o Atlético com a bola, buscando o gol de empate, enquanto o Brasil de Pelotas se defendia com linhas baixas e priorizava a conservação do resultado, com a estratégia de sair em contra-ataques.
A má fase do Galo era refletida nas chances perdidas. Aos 17 minutos, após cruzamento de Patrick, a bola sobrou para Vargas. O chileno perdeu mais uma oportunidade na cara do gol e se lamentou muito.
Em uma tentativa de conferir mais criatividade ao time mineiro, Coudet promoveu as entradas de Hyoran e Zaracho nas vagas de Edenilson e Igor Gomes, respectivamente. Posteriormente, Patrick e Pavón saíram para as entradas de Rubens e Paulinho, nesta ordem.
O tempo passava, e o Atlético seguia improdutivo ofensivamente, em uma posse de bola completamente nula. Havia pouca conexão entre os setores, diante de um Brasil de Pelotas que se entregava ao máximo em cada dividida.
As bolas longas, diante desse cenário, eram as principais armas alvinegras. Em bons passes em profundidade de Vargas e Mariano, Paulinho e Rubens finalizaram mal e perderam chances.
Ainda que tenham criado essas boas jogadas na segunda etapa, as atuações de Mariano e Vargas deixaram muito a desejar. O lateral-direito errou diversos passes e cruzamentos, enquanto o atacante chileno se mostrou desconectado da partida em vários momentos e perdeu as duas melhores chances dos mineiros no confronto.
Aos 44 minutos do segundo tempo, no entanto, Mariano deu a volta por cima com uma jogada decisiva. O experiente defensor encontrou uma bela enfiada de bola para Zaracho, pelo alto. Com muita qualidade, o argentino marcou de voleio e fez um dos gols mais importantes para o Galo no ano: 1 a 1.
Na reta final da partida, restou ao Atlético controlar a pressão adversária e evitar sofrer um novo gol. Classificação sem brilhos diante de um adversário muito inferior, mas objetivo cumprido na Copa do Brasil.
BRASIL DE PELOTAS 1 x 1 ATLÉTICO
Brasil de Pelotas
Marcelo Pitol; Luis Gustavo, João Marcus, Rafael Dumas e Mário Henrique; Amaral (Luiz Felipe, aos 46' do 2°T), Guilherme Nunes (Chicão, aos 27' do 2°T) e Patrick (Germano, aos 27' do 2°T); Márcio Jonatan, Rone (Wellington, aos 21' do 2°T) e Da Silva (Guilherme Beléa, aos 27' do 2°T)
Técnico: Rogério Zimmermann
Atlético
Everson; Mariano, Jemerson (Réver, no intervalo), Lemos e Patrick (Rubens, aos 30' do 2°T); Battaglia, Pavón (Paulinho, aos 30' do 2°T), Igor Gomes (Zaracho, aos 18' do 2°T) e Edenilson (Hyoran, aos 18' do 2°T); Vargas e Hulk
Técnico: Eduardo Coudet
Motivo: jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil