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Dívida do Atlético é de R$ 1,5 bilhão ou R$ 2 bilhões? Entenda

Galo prepara divulgação do balanço financeiro a conselheiros; R$ 440 milhões de empréstimo para construção da Arena MRV não são considerados pelo clube

26/04/2023 19:01 / atualizado em 27/04/2023 15:40
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Atlético teve aumento de R$ 259 milhões no endividamento líquido
foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Atlético teve aumento de R$ 259 milhões no endividamento líquido

 
O Atlético enviou, nesta quarta-feira (26/4), o balanço financeiro referente a 2022 aos conselheiros. Mas qual a real dívida do clube, R$ 1,5 bilhão ou R$ 2 bilhões? O Superesportes teve acesso ao relatório e explica a seguir. 

Segundo o Atlético, o endividamento líquido é de R$ 1,571 bilhão. O clube não incluiu os R$ 440 milhões de um empréstimo para concluir as obras na Arena MRV. O passivo entrará no demonstrativo contábil do estádio, a ser publicado separadamente.

  • Assim, a dívida de R$ 1,571 bilhão do Atlético somada aos R$ 440 milhões da Arena MRV ultrapassa os R$ 2 bilhões.

Com relação aos R$ 440 milhões da Arena MRV, o Atlético informa que já existe o recurso para quitar o valor. Será com o dinheiro proveniente da venda de cadeiras cativas e camarotes do estádio.

Na prática, os compradores das cadeiras cativas e dos camarotes pagam diretamente ao banco, que, por sua vez, libera a verba ao clube.

Aumento da dívida

Se considerarmos o valor apresentado pelo Atlético, houve um aumento de R$ 259 milhões em dívidas - 19% em relação a 2021.

São R$ 104 milhões em juros, R$ 112 milhões em atletas adquiridos e R$ 29 milhões em provisões de contingência, além de R$ 14 milhões não detalhados. Segundo o alvinegro, os juros estão, em média, de 18% ao ano.

Perfil da dívida (bruta) do Atlético: 

  • Programas de refinanciamento e dívidas fiscais: R$ 300 milhões (18%);

  • Empréstimos dos apoiadores, investimento em atletas, fornecedores e outros: R$ 596 milhões (35%);

  • Operações de crédito: R$ 796 milhões (47%);


O Atlético alega que esse aumento de um ano para o outro se deve principalmente a dois fatores: a não concretização da venda de parte das ações do Diamond Mall e a alta da Selic (taxa básica de juros) em 2022.

“Além disso, considerando as despesas financeiras de R$ 199 milhões, podemos ressaltar que fatores como a não venda do shopping em 2022 e o aumento da taxa Selic ao longo do último ano - 11,13% em 2022 (3,63% em 2021) - influenciaram drasticamente para o aumento dessa rubrica. Ao considerar a receita financeira, temos um impacto líquido negativo de R$ 104 milhões no período”, justificou o clube nas notas explicativas.

Com quais bancos o Atlético tem dívida?


 
A dívida em curto prazo (com pagamento em até um ano) aumentou de R$ 506 milhões para R$ 873 milhões. Em adições de novos empréstimos foram R$ 698 milhões.

O Atlético, no entanto, espera renegociar esses valores. Além disso, a ideia é vender os 24,95% restantes do Diamond e assinar, até o fim do primeiro semestre, a parceria com o investidor da Sociedade Anônima de Futebol (SAF).
 

Receitas do Atlético


O Atlético teve R$ 429 milhões em receitas brutas, R$ 72 milhões a menos do que em 2021. Essa variação negativa se deve pela baixa nas premiações esportivas, bem menores com o desempenho do time. Já a receita líquida foi de R$ 375 milhões.  

Ainda assim, a premiação e os direitos de transmissão foram as principais fontes de receita do clube no ano passado, com R$ 155 milhões arrecadados. Veja na foto abaixo:

Atlético arrecadou R$ 110 milhões com premiação e direitos de transmissão com o Braileiro
foto: Reprodução

Atlético arrecadou R$ 110 milhões com premiação e direitos de transmissão com o Braileiro


 
As receitas brutas do Atlético em 2022:

  • Transmissão e Premiação: R$ 155 milhões (36%);

  • Cessão (vendas) de Atletas: R$ 88 milhões (21%);

  • Comerciais: R$ 98 milhões (23%);

  • Matchday (bilheteria e sócios): R$ 68 milhões (16%);

  • Sociais: R$ 13 milhões (3%);

  • Outras Receitas (aluguéis de lojas do Shopping Diamond Mall e receitas diversas): R$ 7 milhões (2%)

Entre as vendas de atletas, as maiores foram de Sávio (Troyes), Dylan Borrero (NE Revolution-EUA), Savarino (Salt Lake-EUA) e Marquinhos (Boted Plovidv-BUL). O clube não informou os valores. 
 
Em contrapartida, houve alto custo com a manutenção de jogadores importantes, incluindo renovações e luvas. A maior despesa foi justamente neste sentido, com gasto de R$ 326 milhões em futebol profissional, sendo R$ 395 milhões ao todo (com desembolso de caixa).
 
Os custos do Atlético em 2022: 
 
  • Futebol profissional: R$ 326 milhões (83%);

  • Gerais e administrativa:  R$ 36 milhões (9%);

  • Clubes sociais: R$ 15 milhões (4%);

  • Manto da Massa: R$ 18 milhões (5%)

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