Presidente do Atlético explica razões para permanência de Coudet

O presidente Sérgio Coelho explicou as razões para a permanência de Eduardo Coudet no Atlético. Nesta terça (11/4), a diretoria se reuniu com o técnico na sede administrativa do clube, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte, e os mandatários optaram pela manutenção do argentino no comando da equipe.

Sérgio Coelho explicou que Coudet pediu desculpas pelas declarações na coletiva após jogo contra o Libertad, pela fase de grupos da Copa Libertadores, na última quinta-feira (6). Na ocasião, ele expôs sua insatisfação em razão da falta de reforços no Galo e cobrou o presidente e os investidores de forma enérgica.

Coelho ressaltou também a desistência do treinador em assinar um aditivo contratual que o liberaria do pagamento de multa em caso de rescisão antecipada do vínculo.

“O treinador manifestou o interesse de continuar, preferiu não assinar aquele aditivo que eu havia mandado. Manifestou o interesse de ficar, e nós vamos continuar com o Coudet por duas razões. Primeiro porque ele reconheceu o erro e pediu desculpas. Segundo porque, na nossa avaliação, ele cometeu uma infração de indisciplina, mas tecnicamente ele é bem avaliado por nós”.

Embora não tivesse ficado feliz com a postura de Coudet, Sérgio perdoou o técnico argentino e afirmou que o Atlético não estaria disposto a pagar a multa estipulada em R$ 26 milhões.

“Terminamos a reunião com o Coudet, eu disse: 'Coudet, continuamos juntos. Estou feliz com o que aconteceu? Não. Não poderia ter acontecido, mas aconteceu, e decidimos por você continuar. O contrato está aí, se você quiser assinar, ninguém é obrigado a ficar no Atlético por força de contrato”.

“Um treinador ficar por força de contrato não é certo, está liberada a multa, se é do seu interesse. Mas o Atlético não vai pagar R$ 26 milhões de multa, não vai. E até pelo fato de que nós consideramos o Coudet um grande treinador. Ele não deixou de ser um grande treinador”.

Depois da bombástica entrevista de Coudet, o Atlético tinha pela frente a decisão do Campeonato Mineiro, contra o América, no Mineirão. De acordo com Sérgio Coelho, a diretoria paralisou o assunto da permanência ou saída do técnico para focar na final do estadual, que acabou vencida pelo Galo por 2 a 0, nesse domingo (9).

Contudo, segundo o presidente, o próprio Coudet decidiu tomar a palavra na sexta-feira na GaloTV para pedir desculpas aos torcedores.

“O treinador reconheceu o erro, o exagero e nos pediu desculpas. Em seguida, por vontade dele, marcou uma coletiva para pedir desculpas publicamente. Naquele momento, demos o assunto como interrompido por um tempo devido ao importantíssimo jogo que tínhamos no domingo. Trabalhamos naquele momento até o dia do jogo com tranquilidade, apesar dos acontecimentos”,, disse Sérgio.

“Nos dedicamos ao jogo e demos total importância para que pudéssemos ter o resultado que tivemos. Antes da partida, fui ao vestiário, cumprimentei o treinador, a comissão técnica e os jogadores, da forma que eu faço. Com a competência da comissão técnica e do elenco, nos consagramos tetracampeões”, completou. 

 

Em meio ao desabafo sobre a 'colisão' com a diretoria, Coudet expôs que o Atlético não havia cumprido com o planejamento antes apresentado. Com isso, o técnico não conseguiu trazer os reforços que desejava para a equipe.

Sérgio Coelho explicou que a diretoria chegou a fazer propostas pelos jogadores indicados por Coudet - Gilberto, lateral-direito (Benfica); Hugo Mallo, lateral-direito (Celta de Vigo, da Espanha); Angelo Preciado, lateral-direito (Genk, da Bélgica); Luan Peres, zagueiro (Fenerbahçe); Felipe, zagueiro (ex-Atlético de Madrid e hoje no Nottingham Forest) -, mas os clubes donos dos direitos econômicos não quiseram negociá-los.

"Tentamos trazer esses jogadores fazendo investimento e não conseguimos. Tivemos a sorte e a competência do treinador de nos indicar Saravia e Lemos. Trouxemos esses dois jogadores, espetaculares, estamos felizes com eles", disse, referindo-se ao lateral-direito argentino Renzo Saravia e ao zagueiro uruguaio Mauricio Lemos.