Durante visita de jornalistas à Arena MRV, na última quinta-feira (26/1), Bruno Muzzi, CEO do Atlético, revelou que o clube mineiro não fará adesão ao Regime Centralizado de Execuções (RCE) com a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Entenda, a seguir, mais detalhes sobre esta decisão.
Tanto no Regime Centralizado de Execuções como na Recuperação Judicial, os credores fazem "fila" para receber seus créditos. Essas modalidades de renegociação unificam as dívidas cíveis (empréstimos, fornecedores e demais contratos) e trabalhistas (funcionários, atletas e técnicos) de um clube. No Brasil, o Vasco foi o primeiro a ter o direito de recorrer ao RCE, com aprovação da Justiça em agosto de 2022.
De acordo com a legislação, o clube devedor tem até seis anos para cumprir o acordo feito com os credores. Há a possibilidade de extensão deste prazo por mais quatro anos, desde que, ao fim do sexto, a instituição já tenha quitado 60% da dívida.
Ainda segundo Bruno Muzzi, a dívida onerosa - a mais prejudicial à saúde financeira - do Atlético, nos dias atuais, ronda os R$ 600 milhões. Parte considerável destes débitos é com bancos, já avalizada.
Por lei, a Sociedade Anônima do Futebol deve repassar 20% das receitas à associação para o pagamento de dívidas. O clube mineiro também usará o dinheiro das negociações de 49,9% do Diamond Mall para atacar estas pendências - 24,95% das ações já foram vendidas à Multiplan, por R$ 170 milhões.
Investidor da SAF
O Atlético tem conversas avançadas com um grupo investidor para a venda da maioria das ações da futura Sociedade Anônima do Futebol. Oficialmente, o clube não confirma o nome, mas sabe-se que o empresário norte-americano Peter Grieve é o principal interessado.
O Alvinegro espera definir a SAF ainda no primeiro semestre. A proposta oficial deve ser apresentada ao Conselho Deliberativo entre fevereiro e março. Ainda assim, o Galo não descarta ouvir outros interessados.