A dupla que comanda o futebol do Galo reforçou que o elenco tem sido cobrado por conta dos maus resultados na temporada. O time foi eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores; no Brasileirão, ocupa apenas a sétima posição.
"Em momento algum faltou comprometimento dos jogadores, trabalho, indignação e nem cobrança - nossa e entre eles", iniciou Caetano, cuja entrevista coletiva não estava prevista. A conversa com os repórteres só ocorreu por conta do tropeço em Santa Catarina.
"Essas coisas ficam dentro do vestiário, entre quatro paredes. Se um dia eu vier aqui para dizer que fiz e aconteci, como forma de me proteger, eu perco toda a capacidade de liderar. E eu não vou fazer isso. Batam em mim, não tem problema nenhum. Faz parte do meu trabalho", prosseguiu.
"Eu também faço muito parte desses resultados negativos, não me furto da responsabilidade. Mas o que vamos fazer e trabalhar no dia a dia diz respeito a nós, porque é dessa forma que a gente entende que vai virar esse momento", completou o dirigente, em posicionamento ecoado por Cuca.
"O torcedor pode ficar tranquilo num ponto: os caras estão sendo cobrados. E muito cobrados. Às vezes, até além do que a gente pode. Duramente cobrados. Por mim, pelo Rodrigo. A gente não está aqui de braços cruzados. Ninguém aqui está contente, satisfeito", pontuou o treinador.
"As cobranças que a gente faz internas. Ninguém vai aqui expor jogador ‘A, B ou C’. Pelo contrário: todos nós perdemos, perdemos juntos. E a gente ainda tem 11 rodadas para, quem sabe, a partir da próxima, que é contra o Palmeiras, dar a arrancada em busca da classificação para a Libertadores", concluiu.
Aceitação a Cuca
Campeão mineiro, brasileiro e da Copa do Brasil pelo Atlético em 2021, Cuca deixou o clube em dezembro. Voltou em julho deste ano, mas o desempenho não tem sido nada bom. Em dez jogos, são duas vitórias, quatro empates e quatro derrotas. No período, a equipe foi eliminada da Libertadores.
Diante do mau desempenho, começou um burburinho externo de que Cuca não teria mais a aceitação do grupo de jogadores. Rodrigo Caetano foi questionado sobre o tema e rechaçou a hipótese.
"O Cuca sempre foi unanimidade. Ele mesmo sabe que era um desejo da diretoria, um desejo pessoal meu, do órgão colegiado e do presidente que ele nem tivesse saído. Infelizmente, ele teve que se ausentar por conta de questões pessoais (em dezembro de 2021). No momento em que optamos pela troca de treinador (em julho de 2022), não tinha outro nome melhor", pontuou Caetano.
"A questão de aceitação ou não ao Cuca tem que ser tirada de qualquer pauta de discussão. Como foi campeão de tudo no ano passado? Aí tinha aceitação? É normal. A gente não pode se preocupar em querer controlar o externo. Não tem jeito, ninguém controla", prosseguiu.
"Mas, no futebol, às vezes a gente se detém muito pouco na questão do jogo, erros, acertos, competência do adversário, para tentar encontrar justificativas alheias ao campo e ao jogo. Também é normal isso. Que fique muito claro que a aceitação, a admiração e a confiança ao trabalho dele sempre existiu e foi desde o mais humilde funcionário até quem comanda o clube hoje", completou Caetano.