A informação da nova busca ao mercado foi publicada pelo jornalista Rodrigo Capelo, do Grupo Globo, na última terça-feira (30). Nesta quinta (1º), o Superesportes entrevistou o CEO da Arena MRV e do Galo, Bruno Muzzi, que justificou a necessidade de ir atrás de dinheiro para concluir a construção do estádio.
"Existe um descasamento no tempo de fluxo de caixa entre aquilo que custa, aquilo que você tem a vender e performar. Só que você precisa trazer tudo isso ao encontro do período de obras", disse o CEO alvinegro.
Em 2017, quando aprovadas, as obras estavam orçadas em R$ 410 milhões (valor que seria pago com R$ 250 milhões da venda de 50,1% do Diamond Mall, R$ 60 milhões da venda de naming rights e R$ 100 milhões com a comercialização de cadeiras cativas). Porém, o valor atualizado da construção é de R$ 950 milhões - e ainda pode aumentar -, de acordo com Muzzi.
"Os R$ 410 milhões de custo e os R$ 410 milhões de arrecadação, com o tempo, isso não conversa. Por quê? Porque as cadeiras são vendidas em 72 vezes, os camarotes são vendidos em 22 vezes, os patrocínios são em cinco anos, três anos, a receita do shopping eram três anos", explicou o CEO.
"Você precisa fazer essas antecipações (de R$ 440 milhões). Por isso, a gente precisava fazer uma operação de antecipação disso. E aí você vai ao mercado buscar uma operação de antecipação. A gente fez uma operação no final do ano passado, de R$ 200 milhões, que é uma informação que está no portal de transparência da arena, auditada pela EY (Ernst&young), com os números todos disponíveis", prosseguiu.
Muzzi, porém, não falou sobre a nova busca por R$ 240 milhões, revelada nesta semana. "Essa operação que o Capelo vazou, que ele recebeu informações, exatamente, especificamente da operação eu não posso comentar pelo período de silêncio imposto pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Como vão ser pagos os R$ 440 milhões?
O Galo vai inaugurar a Arena MRV em 2023 com a dívida de R$ 440 milhões (mais R$ 300 milhões em juros) a ser paga até 2029. Na prática, o clube planeja pagar a dívida a partir de receitas provenientes do próprio estádio, como vendas de cadeiras e camarotes, bilheterias, patrocínios, estacionamentos, programa de sócios, entre outros.