O City Football Group, dono do Manchester City, da Inglaterra, e de vários outros clubes pelo mundo, fez uma oferta para comprar o Atlético. A proposta, de cerca de R$ 1 bilhão por 51% das ações da futura Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Alvinegro, não agradou à alta cúpula do clube. A informação foi divulgada pelo jornalista Rodrigo Capelo, do ge.globo.
O Superesportes apurou que, nos bastidores da diretoria, os valores da oferta do City Football Group já são discutidos. A reportagem apurou ainda que os patrimônios do clube, como a Arena MRV, a Cidade do Galo e a Sede de Lourdes, não entrariam no pacote e continuarão sob comando da associação atleticana.
A diretoria do Atlético não se pronunciou sobre o assunto. À reportagem, a assessoria de comunicação informou que o clube não comenta rumores. O Superesportes tentou contato com o órgão colegiado do Galo, formado pelo presidente Sérgio Coelho, o vice-presidente José Murilo Procópio, e os 4 R's Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador. Nenhum deles quis falar sobre a proposta pela SAF alvinegra.
Na última semana, o colunista do Superesportes, Jorge Nicola, informou que o pedido da diretoria do Atlético no mercado é de R$ 4 bilhões. "A operação total, incluindo investimento e dívidas, tem de ficar perto dos R$ 4 bilhões", revelou um dos 4 R's ao jornalista.
Caso a negociação para a venda do Atlético avance, um dos pontos a serem discutidos é a dívida do clube com Rubens Menin, principal mecenas alvinegro. O membro do órgão colegiado já afirmou que não tem interesse em comprar parte da SAF do Galo e, por isso, uma composição teria que ser feita para que ele receba o valor emprestado nos últimos anos para financiar contratações - cerca de R$ 400 milhões, que serão cobrados sem juros pelo empresário.
"Não faz parte dos meus planos", disse Rubens Menin em conversa com a reportagem no fim de fevereiro.
O órgão colegiado alvinegro vem estudando, nos últimos meses, a possibilidade de abertura da SAF. O clube não tem pressa para levar o assunto à votação no Conselho Deliberativo e quer trabalhar para montar um plano onde o Galo continue seguindo uma trilha de conquistas e profissionalização, se tornando um exemplo dentro da América Latina.
O Grupo City
O City Football Group é formado por 11 clubes, com maior destaque para o Manchester City, da Inglaterra. A ideia do grupo é adquirir um clube no Brasil para ser o centro das atenções na América do Sul - recentemente, surgiu também uma especulação sobre investimento no Bahia.
No continente, o grupo tem dois clubes: o Bolívar, da Bolívia, e o Montevideu City Torque, do Uruguai. As duas equipes se classificaram para a Copa Libertadores deste ano, mas ambas foram eliminadas nos mata-matas que antecedem a fase de grupos.
O Grupo City é acionista majoritário de sete equipes: Manchester City (Inglaterra), New York City (Estados Unidos), Melbourne City (Austrália), Mumbai City FC (Índia), Lommel SK (Bélgica), ESTAC Troyes, (França) e Montevideo City Torque (Uruguai).
Além desses times, eles possuem ações minoritárias em três clubes: Yokohama F. Marinos (Japão), Girona (Espanha) e Sichuan Jiuniu (China). Já o Bolívar (Bolívia) não é de propriedade do grupo, tendo apenas uma parceria entre as partes.
Negociação por Savinho
Atlético e City Football Group já se falam nos bastidores por outros assuntos. Recentemente, o grupo fez uma proposta para comprar o jovem atacante Savinho, de 17 anos.
Pela transferência, o Galo deve receber cerca de 6,5 milhões de euros (R$ 38,4 milhões), com a possibilidade de lucrar mais 3,5 milhões de euros (R$ 20,6 mi) de acordo com o desempenho do atacante de 17 anos - bônus por número de jogos e convocações para a Seleção Brasileira.