O Cruzeiro e sua torcida comemoram os
10 anos do 6 a 1
em cima do Atlético como se fosse um título neste sábado. Há 10 anos, em 4 de dezembro de 2011, a Raposa aplicava a impiedosa goleada e escapava do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O atleticano, por sua vez, sabe que o Galo venceu o maior rival por 6 a 1 em duas oportunidades.
A primeira delas em 21 de junho de 1936 no Estádio do Barro Preto. Num jogo com pancadaria e expulsões, válido pelo Campeonato Mineiro do qual o Atlético se tornaria campeão, houve até intervenção da PM.
O Alvinegro tinha o atacante Guará, lenda na história do clube. Conhecido como Perigo Loiro, Guaracy Januzzi balançou as redes adversárias três vezes. Elair, Paulista e Sandro completaram a goleada. Niginho, que perdeu um pênalti quando o jogo estava 2 a 1, descontou para o Cruzeiro.
O jogo foi especial também porque o técnico do Atlético era simplesmente Said, que fez parte do Trio Maldito com Jairo e Mário de Castro. Os três infernizavam as defesas rivais nos anos 1920 e 1930.
A outra goleada de 6 a 1 do Galo sobre o Cruzeiro ocorreu em 27 de maio de 1942 num amistoso no Estádio Antônio Carlos, em Lourdes. O time atleticano não era tão badalado como o do primeiro 6 a 1, mas também entrou para a história com a conquista do bicampeonato Estadual naquele ano. Hamilton, Baiano, duas vezes, Gérson (contra), e Tião, também duas vezes, fizeram os gols do Atlético. Nogueirinha marcou para o Cruzeiro
Nas duas ocasiões, a Raposa ainda se chamava Palestra Itália. Curiosamente, uma das obras literárias que documenta as duas goleadas, o Almanaque do Cruzeiro, do jornalista e pesquisador Henrique Ribeiro, faz o registro já com o nome de Cruzeiro. O guia, lançado em 2014, tem todos os jogos do clube mineiro de 1921 a 2013.
Placar máximo
A maior goleada na história dos gigantes de Minas Gerais, porém, não foi um 6 a 1. O "placar máximo", como dizem os atleticanos, aconteceu no longínquo 27 de novembro de 1927 no penúltimo jogo do Campeonato Mineiro daquele ano. O Atlético venceu por 9 a 2 no então Campo do América, localizado na Avenida Paraopeba, hoje Avenida Augusto de Lima.
O Galo balançou as redes com o temido Trio Maldito - Mário de Castro (dois gols), Said (três) e Jairo (três) - e Getúlio. Ninão fez os dois gols dos palestrinos. O Alvinegro chegava ao seu primeiro bicampeonato consecutivo, 1926 e 1927, quebrando a hegemonia do América decacampeão entre 1916 e 1925. Era o terceiro caneco da história do Atlético que foi campeão também em 1915.
Goleadas à parte
Goleadas históricas à parte, a realidade de Atlético e Cruzeiro hoje é bem distinta. O Galo é o atual campeão do Campeonato Brasileiro e mira também o título da Copa do Brasil. A final contra o Athletico-PR acontece nos dias 12 e 15 de dezembro. O Alvinegro já pensa também na Copa Libertadores 2022, quando terá a oportunidade de tentar o bi, repetindo o feito de 2013.
Já o Cruzeiro parece viver um inferno astral desde o dia 8 de dezembro de 2019 quando foi rebaixado pelo Palmeiras no Mineirão. A derrota por 2 a 0 decretou o rebaixamento do clube que disputará a Série B pela terceira vez seguida no ano que vem.
Nas duas primeiras edições, a Raposa nunca figurou no G4 se limitando a lutar contra rebaixamento para a Série C. Sua melhor colocação na história da Segundona foi um 10º lugar.
Maiores goleadas do clássico Atlético x Cruzeiro
Atlético 9 x 2 Cruzeiro - Campeonato Mineiro de 1927
Cruzeiro 1 x 6 Atlético - Campeonato Mineiro de 1936
Atlético 6 x 1 Cruzeiro - Amistoso em 1942
Cruzeiro 6 x 1 Atlético - Campeonato Brasileiro de 2011