Foram 50 anos de angústia. A espera de uma vida. Foram gerações em apreensão, que construíram um amor baseado na história. A história que não haviam presenciado. Até esta quinta-feira, 2 de dezembro de 2021. As cinco décadas de ansiedade, injustiças e incertezas se resumiram em cinco minutos de alta emoção. Foi o tempo necessário para o Atlético buscar uma virada épica, vencer o Bahia por 3 a 2 na Fonte Nova, em partida adiada da 32ª rodada, e conquistar o bi do Campeonato Brasileiro.
Luiz Otávio e Gilberto, no segundo tempo, aumentaram a apreensão com gols para o Bahia. Mas quando parecia perdido, o Atlético lutou. E a luta valeu a pena: Hulk, o artilheiro, e Keno (duas vezes), o herói, marcaram e conseguiram a virada. O necessário para a festa ser completa.
Com a vitória, o campeão Atlético chega aos 81 pontos e já não pode mais ser alcançado pelo vice-líder Flamengo, que tem 70. Com 40, o Bahia ocupa a 17ª posição, na zona de rebaixamento.
O Atlético volta a campo neste domingo, a partir das 16h, para o jogo da taça. Com o Mineirão lotado, o time alvinegro recebe o Red Bull Bragantino. No mesmo dia e horário, o Bahia recebe o Fluminense na Fonte Nova. Os dois jogos valem pela 37ª - e penúltima - rodada.
Equilíbrio e tensão
Fotos da vitória de virada do Galo que rendeu o título brasileiro
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Os times até fizeram um primeiro tempo animado, com chances (não tão claras) de gol e muito equilíbrio. Tecnicamente, porém, os erros em lances simples evidenciavam a apreensão - seja pelo título, seja contra o rebaixamento.
Saíram dos pés de Nacho Fernández e Keno as melhores chances alvinegras, mas Danilo Fernandes foi bem para evitar. O Galo tinha mais a bola, mas afunilava demais o jogo. Pelo Bahia, Rodriguinho, de cabeça, assustou Everson, mas não tirou o zero do placar.
Virada histórica e, enfim, o bi
Torcedores do Atlético acompanham decisão contra o Bahia em bares de BH
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E foi mesmo. Após cobrança de escanteio aos 16 minutos, Luiz Otávio, no alto dos seus 1,94m, cabeceou onde goleiro nenhum consegue chegar. Festa em Salvador, angústia em Belo Horizonte: 1 a 0 para o Bahia.
A festa tricolor aumentou quatro minutos depois. Matheus Bahia avançou pela esquerda e cruzou para Gilberto desviar para as redes: 2 a 0. Tenso, o Atlético se viu encurralado pelo adversário e pelo próprio placar.
Quando as coisas pareciam perdidas, Sasha - que saiu do banco - deu uma sobrevida ao Galo ao sofrer um pênalti. Na cobrança, o artilheiro Hulk deslocou Danilo Fernandes, marcou o 18º gol dele no campeonato e diminuiu a desvantagem: 2 a 1. No minuto seguinte, Keno empatou com um chutaço e fez a alegria da torcida atleticana.
A virada épica veio logo em seguida. Aos 32 minutos, Keno finalizou forte, venceu o goleiro adversário e marcou o terceiro. A festa estava completa. De forma heroica, o Atlético venceu por 3 a 2 e findou o jejum de 50 anos. Agora, pode gritar: é bicampeão brasileiro.
BAHIA 2 X 3 ATLÉTICO
Bahia
Danilo Fernandes; Nino Paraíba, Germán Conti, Luiz Otávio e Matheus Bahia; Patrick de Lucca, Lucas Mugni (Daniel, aos 31' do 2ºT) e Rodriguinho (Ronaldo César, aos 36' do 2ºT); Rossi, Raí Nascimento (Juan Ramírez, aos 40' do 2ºT) e Gilberto (Rodallega, aos 31' do 2ºT)
Técnico
: Guto Ferreira
Atlético
Everson; Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso e Guilherme Arana; Tchê Tchê, Matías Zaracho (Igor Rabello, aos 36' do 2ºT) e Nacho Fernández (Eduardo Sasha, aos 22 do 2ºT); Vargas (Nathan, aos 22' do 2ºT), Keno (Dodô, aos 40' do 2ºT) e Hulk
Técnico
: Cuca
Motivo
: jogo adiado da 32ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro
Data e horário
: quinta-feira, 2 de dezembro de 2021, às 18h (de Brasília)
Local
: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Gols
: Luiz Otávio, aos 16', e Gilberto, aos 20' do 2ºT (BAH); Hulk, aos 27', e Keno, aos 28', e aos 32' do 2ºT (ATL)
Cartões amarelos
: Lucas Mugni, aos 33' do 1ºT, Patrick de Lucca, aos 43' do 2ºT (BAH); Guilherme Arana, aos 44' do 1ºT, Eduardo Sasha, aos 34', Nathan, aos 41' do 2ºT (ATL)
Árbitro
: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes
: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Alex Ang Ribeiro (SP)
VAR
: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)