Superesportes

ATLÉTICO BICAMPEÃO BRASILEIRO

Ídolos, Sérgio Araújo e Renaldo falam em 'alívio' por título do Atlético

Figuras marcantes da história alvinegra, ex-atacantes festejam a conquista e destacam a perseverança dos torcedores

Guilherme Peixoto Pedro Leite Samuel Resende
Sérgio Araújo, campeão da Conmebol em 1992, está radiante com o título do Atlético - Foto: Arquivo EM O título do Atlético na Série A do Campeonato Brasileiro, garantido nesta quinta-feira (02/12), após épica vitória por 3 a 2 contra o Bahia, em Salvador (BA), traz alívio ao ex-atacante Sérgio Araújo, hexacampeão mineiro pelo Galo entre os anos 1980 e 1990 e vencedor da Copa Conmebol em 1992. Ele e outros antigos jogadores alvinegros, como o volante Leandro Donizete e o ex-atacante Renaldo, demonstram felicidade com a conquista.


Show Player

"Tive o prazer de estar em campo lutando por esse título. Hoje, ver o Atlético ser campeão dá alívio e alegria muito grande à torcida, que merece muito", diz Sérgio Araújo, ao Superesportes.

Sérgio, assim como muitos outros atletas da história preta e branca, chegou perto da tão desejada taça nacional.

"Nossa geração foi muito prejudicada pelas arbitragens. Praticamente disputei quatro semifinais de Brasileiro e, muitas vezes, éramos bastantes prejudicados pela arbitragem. E, hoje, está todo mundo vendo. Se houver qualquer coisa, cai na mídia rapidinho. Se, na nossa época, houvesse a mídia de hoje, o Atlético teria sido campeão Brasileiro cinco ou seis vezes".

Renaldo viveu tanto a campanha do Galo no certame que esteve, inclusive, ao lado da torcida na vitória por 1 a 0 sobre o Athletico-PR, em Curitiba.

"A emoção é como quando fui convocado para a Seleção pela primeira vez e quando fui artilheiro do Campeonato Brasileiro com a camisa do Galo. Emoção que acho que a gente nem sabe como decifrar, da alegria que é tão grande. Estava vivendo isso a cada dia: essa energia, o time chegando perto. Eu estou mais empolgado que o torcedor", afirma ele, jogador do Galo entre 1993 e 1996 e, depois, em 2002.


"A emoção é indescritível. É uma coisa única e eu estou junto com a massa do Galo ali, no mesmo sentimento", completa Renaldo, que anotou 79 gols vestindo a camisa 9 atleticana.

No meio da torcida, Renaldo festejou muito vitória sobre o Athletico-PR - Foto: Gualter Naves/Estado de Minas
Quinto jogador com mais partidas pelo alvinegro - 504, ao lado de Kafunga -, Paulo Roberto Prestes, ex-lateral, crê que a conquista será fundamental para o futuro do Galo, de casa nova, a Arena MRV, a partir de 2023. "Com este título, o Galo muda de patamar, sobe mais um degrau. O céu não tem limites".

Levir abraça amigos e Donizete destaca organização


Levir Culpi, assim como Sérgio Araújo, também ficou no "quase". Chegou à fase semifinal do Brasileiro em 1994 e 2001; em 2015, comandou o time em 36 das 38 rodadas do vice-campeonato. Agora, o experiente treinador sorri pela felicidade dos laços que cultivou na Cidade do Galo.

"Fico muito feliz em comemorar uma conquista que alegra meus grandes e inesquecíveis amigos atleticanos".

Leandro Donizete, volante do time atleticano entre 2012 e 2015, elege "merecimento e dedicação" como as palavras-chave do título.


Enquanto isso, o lendário ex-goleiro João Leite, hoje deputado estadual pelo PSDB, só se lembra das arquibancadas. "Emoção pela merecida felicidade da torcida mais fiel do Brasil", resume.

 

Festa em preto e branco: Atlético campeão brasileiro

Campeão, o Atlético tem 81 pontos no torneio nacional. O time venceu 25 de seus 35 jogos. Registrou, ainda, seis empates e cinco derrotas. 

 

Apesar da pandemia de COVID-19, o Galo teve a torcida presente nos nove últimos compromissos disputados no Mineirão. A média de público é ligeiramente superior a 40 mil por partida. Na vitória por 2 a 0 sobre o Juventude, três rodadas atrás, os 61.476 presentes quebraram o recorde do estádio desde a reabertura do Gigante da Pampulha, ocorrida em 2013.

A montagem do elenco campeão nacional começou ainda no ano passado. Com Jorge Sampaoli, vieram os primeiros reforços, mas o time bateu na trave, ficando em terceiro lugar e a três pontos do Flamengo, o vencedor.

Nesta temporada, sob a batuta de Cuca, a consagração começou a partir do acréscimo de importantes nomes. Além de Hulk, chegaram o meia argentino Nacho Fernández, o atacante naturalizado espanhol Diego Costa e o zagueiro Nathan Silva, pilar de uma sólida defesa.


O Galo faz temporada de excelência. Na Libertadores, caiu invicto na semifinal, após dois empates com o Palmeiras. Campeão estadual, o alvinegro pode alcançar a Tríplice Coroa. Isso porque disputa, nos dias 12 e 15 de dezembro, a final da Copa do Brasil contra o Athletico-PR.