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ATLÉTICO BICAMPEÃO BRASILEIRO

Kalil, Sette Câmara e outros ex-dirigentes festejam Atlético bicampeão

Mesmo em década vitoriosa, com Libertadores e Copa do Brasil, Galo não havia conquistado o Brasileiro; agora, troféu chegou após meio século de jejum

Guilherme Peixoto Pedro Leite Samuel Resende

Kalil (em primeiro plano) e Sette Câmara destacaram o simbolismo da conquista alvinegra - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press A vitória diante do Bahia, nesta quinta-feira (2/12), em Salvador, consagrou o Atlético como vencedor da edição de 2021 da Série A do Campeonato Brasileiro. O título, que chega após jejum de 50 anos, satisfaz ex-dirigentes do Galo. Para Sérgio Sette Câmara, antecessor de Sérgio Coelho na presidência, a taça coroa a "reconstrução" do clube; Alexandre Kalil (PSD), atual prefeito de Belo Horizonte, também festeja. 




Sette Câmara presidiu o Galo entre o fim de 2017 e o ano passado. Sob a sua gestão, os empresários Rubens Menin, Renato Salvador, Ricardo Guimarães e Rafael Menin começaram a aportar recursos financeiros. Em 2020 chegaram nomes importantes para o projeto atleticano, como o zagueiro Junior Alonso, o lateral Guilherme Arana e o volante Allan; no ano anterior, Jair já havia sido contratado.

 

"Para mim esse título concretiza um trabalho de reconstrução que vem sendo feito já há algum tempo. É parte de uma correção histórica de várias injustiças, de muitas possibilidades reais que ficaram pelo caminho. Ser campeão representa, acima de tudo, um grito da massa para o mundo todo de que 'aqui é Galo'", diz Sette Câmara, ao Superesportes.

"Esse título do Atlético entra para a galeria dos grandes títulos da história de um dos maiores clubes do Brasil", afirmou Kalil, campeão da Libertadores pelo Galo em 2013 e vencedor da Copa do Brasil no ano seguinte, em entrevista à reportagem antes da partida contra o Bahia, em Salvador.



Triunfo 'no campo' e 'pura realização'


Quem também festeja muito o título conquistado nesta terça é o advogado Lásaro Cândido, por muitos anos o diretor jurídico do Galo e vice-presidente durante a administração de Sette Câmara.

"Demorou 50 anos, mas o atleticano ganha o brasileiro no campo, não mudando nome de outras competições para 'Campeonato Brasileiro'", afirma.

Presidente alvinegro entre 2015 e 2017, Daniel Nepomuceno crê que a tão esperada taça fará justiça à história atleticana.

"Sentimento de pura realização. Um sonho conquistado, fazendo justiça a nosso passado e cumprindo mais uma etapa para transformar o Galo na maior força do futebol nacional", projeta, otimista.

Festa em preto e branco: Atlético campeão brasileiro

 
A vitória contra o Bahia, em Fonte Nova, sacramentou o bicampeonato brasileiro do Atlético - aguardado há 50 anos, desde 1971, quando o alvinegro conquistou a primeira edição do atual formato da competição. O triunfo no Nordeste levou o Galo aos 81 pontos, com 75% de aproveitamento, e portanto, não pode mais ser alcançado pelo Flamengo, que chega no máximo a 79 pontos. 


Mesmo com a pandemia do novo coronavírus ter impedido a presença constante da torcida, o Galo garantiu o recorde de presentes no Mineirão, desde a reabertura do estádio, em 2013. Isso porque o público foi liberado para os nove últimos compromissos do Atlético disputados em BH, nos quais foi registrada uma média de aproximadamente 40 mil.
 
Na vitória por 2 a 0 sobre o Juventude, três rodadas atrás, os alvinegros alcançaram 61.476 presentes, a maior marca desde a reinauguração do Gigante da Pampulha.
 
A montagem do elenco campeão nacional começou ainda no ano passado. Com Jorge Sampaoli, vieram os primeiros reforços, mas o time bateu na trave, ficando em terceiro lugar e a três pontos do Flamengo, o campeão da principal competição do Brasil.

Nesta temporada, sob a batuta de Cuca, a consagração começou a partir do acréscimo de importantes nomes. Além de Hulk, chegaram o meia argentino Nacho Fernández, o atacante naturalizado espanhol Diego Costa e o zagueiro Nathan Silva, pilar de uma sólida defesa.



O Galo faz temporada de excelência. Na Libertadores, caiu invicto na semifinal, após dois empates com o Palmeiras. Campeão estadual, o alvinegro ainda pode alcançar a Tríplice Coroa. Isso porque disputa, nos dias 12 e 15 de dezembro, a final da Copa do Brasil contra o Athletico-PR.