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Cuca pede permissão a filho de Telê para cumprir promessa de 1971

Renê Santana conta como foi o telefonema do técnico do Galo, que pediu 'autorização' para percorrer o caminho até a capela do Pires, caso o título se confirme

postado em 01/12/2021 12:14 / atualizado em 01/12/2021 12:23

(Foto:  Acervo Jornal Estado de Minas/O Cruzeiro)

Renê Santana, filho de Telê, o técnico campeão brasileiro com o Atlético em 1971, tinha apenas 14 anos na época da conquista. Ele viveu intensamente o grupo de jogadores, o ambiente e toda aquela campanha vitoriosa, pois era levado pelo pai para os treinos. E, sem que esperasse, está agora envolvido no possível bicampeonato nacional do alvinegro – tudo por conta de um telefonema de Cuca.

"Estava em casa com minha mulher, a Raphaela, quando toca o telefone. Atendi, e para minha surpresa, era o Cuca. Qual não foi a minha surpresa. Quase não acreditei", conta Renê.

Mas o que Cuca estaria querendo conversar com Renê, o filho do técnico campeão do único título brasileiro, até então, do Galo? Pois a resposta: uma promessa feira por Telê, em 1971, quando acompanhado pelo auxiliar-técnico Leo Coutinho, pelo diretor de futebol Nei Campos e pelo enfermeiro Otacílio, ele caminharia até a capela da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no distrito de Pires, em Congonhas.
 
Renê conta as lembranças que guarda da época: "Eu fui ao Rio, para aquele jogo. Não estava no avião, com a delegação, mas com a comissão técnica, roupeiros, enfim, o pessoal de apoio. Depois de ganharmos o título, os jogadores e Telê voltaram de avião. Nós voltamos de ônibus, e só chegamos a Belo Horizonte no dia seguinte. No caminho, encontramos, melhor, passamos por papai. Ele estava com o Léo, Neri e Otacílio, indo, à pé, em direção à igrejinha do Pires".

Mas um problema no caminho interrompeu a caminhada, segundo o filho de Telê. "O Neri Campos não tinha o hábito de caminhar e acabou passando mal, desmaiando", afirma Renê.

(Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 18/2/20)

Nesse instante, segundo ele, um carro da Polícia Militar socorreu o dirigente e, para evitar outros contratempos, acabou levando os caminhantes até a igreja.

"Faltavam poucos quilômetros, dois ou três. Por causa disso, falaram que o Telê não cumpriu a promessa. Mas é mentira. Ele chegou lá e rezou, agradecendo", defende Renê.

E esse foi o motivo da ligação de Cuca, segundo Renê. "Ele me pediu permissão para cumprir a mesma promessa do Telê. Eu disse que sim, claro. Que ele tinha o direito de fazer isso", comenta. 

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