Uma cena que ilustra o apoio e a confiança alvinegra foi flagrada no bar Devotos, reduto atleticano na Região Centro-Sul belo-horizontina. Logo após o apito final no Maracanã, que sacramentou a vitória flamenguista e adiou o bicampeonato do Galo, torcedores entoaram uma das músicas que tem embalado o time no Mineirão: “Vamos, Galo! Ganhar o Brasileiro! Vamos, vamos Galo! Ganhar o Brasileiro”.
Na Praça da Savassi, na mesma região da cidade, os atleticanos torceram fielmente para o Ceará, que perdeu para o rubro-negro por 2 a 1. O psicólogo André Lima, de 25 anos, chegou até a soltar fogos com o gol de empate, mas teve de guardar o restante para o próximo jogo do Galo.
“Não estou nem um pouco frustrado, meu time não estava em campo. Vou guardar os sinalizadores até quinta-feira. Vai ser o momento mais importante da minha vida”, afirmou o rapaz, atleticano por influência do pai, que ainda alfinetou o rival carioca. “O Flamengo nunca ajuda, ele é sempre ajudado. Mas é isso, a gente vai ganhar com nosso time em campo, vamos fazer uma festa bonita. O Galo é assim. A gente espera mais um pouco.”
Entre as mesas dos bares não foi difícil encontrar quem fez alguma promessa para vivenciar o bicampeonato. É o caso do engenheiro civil Fausto Carvalho, de 48, que já tatuou o mascote do time na panturrilha. “É uma promessa que eu fiz em 2012 e estou desde então esperando”, conta sem medo de dar azar, já que o título ainda não é garantido. “A gente que é torcedor do Galo sofre bastante. Mas já estamos estamos com as duas mãos na taça, só não levantamos ainda porque foi adiado pra quinta”, afirmou.
Em outra mesa, um grupo de quatro amigos não dispensou a faixa de bicampeão. O contador Hélio Correia, de 47, manteve o sorriso mesmo após a vitória do rubro-negro carioca. “Não estou nada frustrado. Aqui é alegria total. O título é nosso”, disse otimista. “Torci muito hoje pro Ceará e contra o Flamengo já torço naturalmente”, brincou.
O colega Shaidon Hiran, de 39, mantém a confiança e está de olho na matemática. “O Galo só precisa de um jogo, vamos chegar lá. O grito de bicampeão está entalado”, explicou o engenheiro.
Ao lado dele estava o administrador André Rocha, de 34, que vai acumular multas no condomínio por deixar a bandeira do Galo na janela. “Já tomei uma multa e vou tomar outra porque vai virar o mês e não vou tirar ela de lá”, provoca com a faixa no peito e o pensamento também na Copa do Brasil, como o amigo Rogério da Silva, de 40: “Estou guardando a voz pra quinta-feira e já planejando a comemoração da Copa do Brasil”, afirmou.