O Atlético vai contestar o relato do árbitro Paulo Roberto Alves Júnior (PR) na súmula da vitória por 3 a 1 sobre o Santos, nessa quarta-feira, no Mineirão, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. No documento, foi registrado que o diretor de futebol Rodrigo Caetano ofendeu a arbitragem e socou e chutou a porta da sala do VAR em reclamação pela não marcação de dois pênaltis para o Galo no primeiro tempo. O auxiliar Eudes Pedro também foi citado.
"Seus ladrões, parem de roubar. Nós não vamos aceitar isto", teria dito Rodrigo Caetano, segundo a descrição da súmula. "Aqui ninguém vai nos roubar", esbravejou Eudes Pedro, segundo a súmula (leia na íntegra logo abaixo).
Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, Rodrigo Caetano contestou a versão dada pelo árbitro na súmula. Segundo o dirigente do Galo, Paulo Roberto Alves Júnior exagerou no relato. O departamento jurídico alvinegro já trabalha na defesa dos atleticanos, que devem ser denunciados ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e podem ser punidos.
"Exagerou, sim. No nosso entendimento, sim. Existiu, na verdade, um diálogo, na minha visão, inclusive com o coordenador de arbitragem, de pontos distintos, diferentes. Nada além disso. Confesso que não vi tudo. Nossa preocupação ali era também receber os jogadores, tranquilizá-los, porque realmente todos estavam muito indignados, assim como a torcida e todos nós. Então, você tem que medir bem isso, equilibrar, para que o Cuca pudesse passar as instruções", relatou Caetano.
"Vai ter o momento para nós questionarmos a súmula no fórum correto. Nosso departamento jurídico já está fazendo todo o estudo para que isso lá na frente possa ser esclarecido. Não vou ficar fazendo minuto a minuto ou fazendo roteiro, porque não cabe a mim. Aí vai ser minha palavra contra a deles... Ou pior: contra a súmula. O que posso afirmar é que a gente vai se preparar bem para a defesa", prosseguiu.
"Nós, obviamente, vamos fazer nossa defesa no meu caso, assim como do outro profissional citado, que é o Eudes Pedro, pois, lamentavelmente, a legislação esportiva é a única em que a súmula é traduzida como verdade absoluta. E vamos contestá-la sim, porque, no minuto no qual fui citado, eu nem próximo dos vestiários ainda estava, porque eu sempre desço no intervalo", disse.
"E mesmo nesse intervalo, acabei conversando com o trio de arbitragem. Creio eu, que dentro de um bom nível de diálogo, tanto que não foi citado, bem como com o coordenador de observação de arbitragem do VAR, da mesma forma, no qual nós colocamos que nós entendemos que fomos prejudicados. O que tiver adicionado a isso, nós vamos no fórum realmente pertinente desconstruir isso", completou.
Na bronca com ex-árbitro
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"Eu não poderia me calar quando citado, como fui ontem (quarta-feira), tanto na súmula, como também por um ex-árbitro - hoje comentarista de arbitragem. Então, queria deixar bem claro, aqui, que em momento nenhum se tentou, como disse esse comentarista de arbitragem em rede nacional, qualquer tentativa de invasão ao VAR ou coisa que o vale. Tenho muitos e muitos anos de trabalho, e de forma nenhuma temos esse tipo de atitude", disse Caetano.
"Nós também, como clube, como instituição, a gente não aceita nenhum tipo de sugestão no sentido de que qualquer tipo de reclamação tenha trazido consequências para a virada do Galo. Nós estamos aqui fazendo um grande trabalho. Tem um grande investimento. No momento em que esse comentarista de arbitragem, em rede nacional, sugere que nós só viramos o jogo por conta da reclamação ou daquilo que foi escrito na súmula - e que nós vamos, reafirmo, desconstruir ou questionar, quando assim for o momento, pelo nosso departamento jurídico -, nós não vamos aceitar. Bem como nós não vamos aceitar qualquer ilação nesse sentido"
Pênaltis
No primeiro lance, aos 11 minutos da etapa inicial, o meio-campista Matías Zaracho é puxado pela camisa e derrubado na área pelo zagueiro santista Wagner Leonardo. O árbitro Paulo Roberto Alves Júnior (PR) não assinala a penalidade. O VAR, Adriano Milczvski (PR), não recomenda a revisão no vídeo.
Aos 38 minutos do primeiro tempo, outro lance dentro da área do Santos gerou pedidos de pênalti pelo Atlético. O meia Dylan Borrero divide com Wagner Leonardo e cai. A arbitragem não interpreta como pênalti e dá prosseguimento ao jogo.
No segundo tempo, o Atlético saiu atrás no marcador, com gol de Raniel. Depois, os donos da casa tiveram dois pênaltis marcados com auxílio do VAR. No fim, o Galo conseguiu a virada por 3 a 1, chegou aos 56 pontos e manteve a folga na liderança do Campeonato Brasileiro.
"O Galo teve que ter quatro pênaltis para serem marcados dois. O que nós queremos aqui, em relação ao VAR, só para complementar e passar para todos vocês, é que tenhamos o mesmo critério. Somos defensores da ferramenta do VAR sempre. Até mesmo porque, talvez, se tivesse o VAR lá na década de 70, 80, o Galo, hoje, certamente teria outros títulos na sua coleção", disse Caetano.
"Ontem (quarta), lamentavelmente - até não é culpa somente do árbitro, do Paulo Roberto, pelo contrário, o VAR deveria, no nosso entendimento, chamar o árbitro sim já desde o primeiro lance, porque aquele pênalti no Zaracho, que o mundo viu, o VAR não viu", finalizou.
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