Assim como no processo de licenciamento de escudos e uniformes dos clubes nos games, o estádio deverá ser tratado com o próprio Atlético, o que facilita as negociações. Um exemplo de dificuldade diz respeito à licença de jogadores que atuam no futebol brasileiro.
Ela deve ser tratada de forma individual, o que dificulta o processo de licenciamento e, nos últimos anos, tem resultado em atletas genéricos em games - especialmente no FIFA, que não conta com jogadores autênticos de clubes brasileiros desde 2016. Por conta disso, a EA Sports sofre com processos de atletas que estiveram em edições do game da franquia e, segundo eles, não autorizaram uso da imagem.
Ao comentar para o Superesportes sobre a intenção, o Atlético foi taxativo em dizer que ela se dá a partir do estádio alvinegro pronto e, a princípio, para o eFootball. A expectativa é de que as obras - iniciadas em abril de 2020 - da Arena MRV, no Bairro Califórnia, Região Noroeste de Belo Horizonte, sejam concluídas em outubro de 2022.
Parceiro da Konami
O Atlético é um dos clubes brasileiros parceiros da Konami, produtora do eFootball, o que poderia ajudar em uma inserção da Arena MRV no game. O clube tem contrato como parceiro da empresa até metade de 2022. Por isso a ressalva do Galo em dizer que, em um primiero momento, o estádio estaria no game da empresa japonesa.
A parceria com a Konami, contudo, ainda não eximiu o Galo de aparecer licenciado no FIFA. O game da EA Sports, atualmente, tem duas vias para ter a licença do clube alvinegro: a "amigável", por meio de acordo e inserção na "Liga do Brasil" - a Série A do Campeonato Brasileiro no game -, ou por imposição direta via Conmebol.
A confederação sul-americana tem contrato com a EA Sports e libera a autenticidade dos clubes participantes de Copa Libertadores e Copa Sul-Americana do ano em que o game é lançado - com possibilidade de atualização visando à disputa do ano seguinte. O fato já gerou um entrave jurídico em clubes com parcerias exclusivas com a Konami, como Flamengo, São Paulo e Palmeiras.
Estádios nos games
Na franquia da EA Sports, o Mineirão já esteve presente no 2014 FIFA World Cup Brazil, por licença imposta da FIFA por conta da Copa do Mundo daquele ano. Já na franquia da Konami, o Gigante da Pampulha está presente de forma licenciada desde o PES 2015, quando chegou como conteúdo adicional via download.
Sobre os estádios próprios de clubes brasileiros, a Konami também concentra as licenças. No PES 2021, por exemplo, são sete estádios próprios: Aliianz Parque (Palmeiras), Neo Química Arena (Corinthians), Arena do Grêmio (Grêmio), Beira-Rio (Internacional), Morumbi (São Paulo), São Januário (Vasco da Gama) e Vila Belmiro (Santos). Já no FIFA 21, não há estádios brasileiros licenciados.
Mineirão no PES 2017, lançado em 2016 - Foto: Divulgação/Konami
Polêmica recente
Em 2018, a Konami divulgou, às vésperas do lançamento do PES 2019, um relatório com clubes, ligas e estádios licenciados, algo comum nas franquias dos games de futebol. O Mineirão, contudo, levava o nome de Toca da Raposa III, como alguns torcedores do Cruzeiro chamam o estádio.
O fato gerou um mal-estar, já que o estádio é público e também recebe jogos de Atlético e, com menos frequência, do América. Por fim, o estádio foi lançado no PES 2019 com o nome original - Mineirão.