O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, classificou o empresário Ricardo Guimarães como o pior presidente da história do Atlético. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, Kalil disse que o presidente do conselho de administração do Banco BMG foi o responsável pela maior mancha na história do clube, em referência ao rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2005.
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"Primeiro item que anotei é que ele (Ricardo Guimarães) se autodenomina eterno colaborador. Eu quero avisar à torcida do Atlético que talvez nem se lembre que ele foi o presidente que nos empurrou para a Segunda Divisão, que é sem dúvida nenhuma o pior presidente que já passou por lá nos 113 de história, que manchou a nossa camisa, que entristeceu nosso manto sagrado", disse Kalil.
Kalil questionou o apoio de Guimarães ao Atlético, citando juros e garantias nos contratos bancários feitos com o BMG.
"Há 15 anos o senhor Ricardo Guimarães cobra juros do Atlético e garantia real de contrato de televisão. Então, ele não é um eterno colaborador, e isso é de fácil constatação. É só pegar os contratos de empréstimo, além de juros tinham garantias reais. A pseudodívida que o Atlético tem com o senhor Ricardo Guimarães é exclusivamente do seu mandato, porque nos outros nenhum presidente saía devendo seu banco, porque estavam todos amarrados em contratos de televisão com os devidos juros e correção monetária", disse Kalil.
"Os contratos do meu tempo estão lá, provavelmente do tempo do Daniel Nepomuceno estão lá, então é só pegar se foi dinheiro colocado por caridade pelo eterno colaborador", acrescentou o prefeito de BH.
E completou: "Além de tudo, ele abriu uma grande empresa de futebol e está ganhando muito dinheiro, aproveitando seu prestígio junto a empresários de futebol. Isso aí eu não tenho nada a ver. Estou falando de futebol, do ataque virulento que sofri ontem, e se quiser levar para o futebol, eu quero dizer para o senhor Ricardo Guimarães que recordar é viver. Podemos ir lá atrás, ele vai na minha vida eu vou na dele".
Ricardo Guimarães
Em entrevista à Itatiaia, Ricardo Guimarães disse que a decisão do executivo municipal de vetar público em estádios de BH estava relacionada à política interna do clube.
Sem citar o nome do prefeito Alexandre Kalil, também ex-presidente alvinegro, Guimarães afirmou que pessoas da PBH desejam dificultar o caminho do Galo.
"Minha percepção é de ficar abismado com essa medida. Não vejo motivos para uma decisão tão radical. Se houve erros na partida entre Atlético e River Plate, a prefeitura é também partícipe do erro. Em conjunto com o Atlético e o Mineirão, a prefeitura deveria melhorar o protocolo antes de tomar essa decisão tão radical. Para mim, essa decisão tem mais uma decisão política interna do Atlético do que de uma questão pública da prefeitura. Isso nunca será admitido ou mesmo comprovado, mas a prefeitura parece querer disputar com os dirigentes e colaboradores do Atlético. Parece que, dentro da prefeitura, existem pessoas que desejam dificultar as coisas para o Atlético", declarou o dono do BMG.
Para Ricardo Guimarães, a proibição para jogos com torcida em BH é mais um exemplo de como a prefeitura se incomoda com o momento bem-sucedido do Atlético dentro e fora de campo.
"Eu, como colaborador do Atlético e conhecedor do dia a dia, vejo que o sucesso do Atlético tem incomodado pessoas na prefeitura. Basta ver as exigências das contrapartidas absurdas e extremamente onerosas para a construção da Arena MRV e, agora, essa proibição que atinge diretamente o Atlético. Para quem está nos bastidores do Atlético, sabe que o sucesso encaminhado pelos abnegados Rubens (Menin), Rafael (Menin), Renato (Salvador), Sérgio (Coelho), Zé Murilo (Procópio), além do sucesso profissional do Rodrigo Caetano, Cuca e todos os jogadores e colaboradores, pode estar causando inveja e ciúmes em gente na prefeitura", alfinetou.
Por fim, Guimarães ressaltou que sua declaração não retrata o pensamento do Atlético: "Esta é a minha opinião, e não o posicionamento oficial do clube, não precisa ser provado, mas é uma opinião responsável de quem está dentro e está sentindo as dificuldades".