Kalil responde ao Atlético: '2.300 famílias dependem da feira para comer'
Prefeito de BH rebateu questionamento do presidente do Galo, Sérgio Coelho, sobre liberação da Feira Hippie diante da proibição de torcida nos estádios de BH
Kalil disse que 2.300 famílias vivem do tradicional ponto de comercialização de arte, artesanato, roupas e comida aos domingos na Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte.
O prefeito chegou a dizer que os comerciantes estão trabalhando para tentar se alimentar, drama vivido por parte da população brasileira.
"Estão fazendo ataques virulentos, principalmente do Atlético em cima de mim, que obviamente é de caso pensado, e eu vou esclarecer isso com muita calma" iniciou o prefeito.
"A primeira coisa que recebi foi uma live ontem do Sergio Coelho educada, sem fazer juízo de valores, como ele mesmo diz, comparando, porque eles não param de fazer esta comparação, da Feira Hippie com jogo de futebol. Então, presidente do Atlético, educadamente como ele foi, eu quero dizer que 2.300 famílias dependem da feira, ficou fechada mais de um ano, 2.300 famílias que precisam de comprar arroz, feijão e talvez ovo", explicou o prefeito.
"A grande diferença de agradar um público de 4 mil em um jogo e de 15, 18 ou 20 mil no outro é que são 2.300 famílias tentando se alimentar desesperadamente. Então, quero, presidente, que agora o senhor faça juízo de valor de um jogo de futebol para uma feira onde esse pessoal morreu de fome durante tanto tempo", acrescentou.
Presidente do Atlético
O presidente do Atlético, Sérgio Coelho, recebeu com surpresa a decisão da Prefeitura de Belo Horizonte de proibir a presença de torcedores em jogos de futebol.
A medida foi tomada nesse domingo pelo administrativo municipal em razão das falhas nos protocolos sanitários de prevenção à COVID-19 em dois eventos-teste: Galo x River Plate, quarta-feira, pela Copa Libertadores, e Cruzeiro x Confiança, sexta-feira, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
Para demonstrar seu descontentamento com a PBH, Sérgio Coelho gravou um vídeo sem máscara na Feira Hippie e mandou um recado à PBH.
"Sempre venho aqui na Feira Hippie, acho super bacana, muita gente trabalhando, show de bola. Fui surpreendido com a notícia, mas antes de dar qualquer posicionamento, gostaria de ouvir o doutor Jackson Machado, secretário de Saúde do município de Belo Horizonte, e também o prefeito – não sei se ele vai dar esse prazer para a gente de se explicar", afirmou Coelho.
Sérgio questionou: por que Feira Hippie pode e estádio de futebol não? "A gente respeita a decisão tomada por eles, o Atlético sempre será cumpridor de suas obrigações no meu mandato, se Deus quiser. Mas sem fazer qualquer juízo de valor, gostaria de entender por que aqui na Feira Hippie, mais cedo, tinha mais de 30 mil pessoas aqui", frisou.
"Agora, às 13h35, olhe como estão as mesinhas dos botecos. Então se não pode ter público no estádio, onde os torcedores vão obrigatoriamente testados, por que a Feira Hippie com 30 mil pessoas, ninguém testado e todos sem máscara, pode ter? Depois que ouvir a explicação, a gente se posiciona. Por enquanto ficamos mineiramente quietinhos", complementou.