Um dos principais objetivos do Atlético em médio prazo é alcançar um patrimônio de R$2 bilhões até o fim de 2023, quando se encerra o mandato do presidente Sérgio Coelho. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, de São Paulo, o empresário Rubens Menin, um dos investidores do clube, explicou que o aumento dos ativos - incluindo liquidez financeira, direitos econômicos e imóveis - precisa acompanhar a redução das dívidas de forma proporcional.
“Temos medidores do mesmo nível de desempenho que uma grande empresa. O Atlético tem teto de gastos, um dos indicadores da diretoria é aumentar o patrimônio sempre. Se você for se endividar, o outro lado precisa estar maior. Nós queremos que nesse triênio o Atlético encerre com patrimônio de R$2 bilhões. Quem está aumentando o patrimônio não quebra. Você só quebra se comer a comida de hoje e de amanhã. Não estamos comendo a comida de amanhã, e sim pagando dívida. O endividamento do Atlético tem que cair sempre, como foi feito no Flamengo. Se for feito com competência, o time não quebra”.
Entre os bens mencionados por Menin estão a Arena MRV, com previsão de conclusão para o segundo semestre de 2022, o Shopping DiamondMall e dois empreendimentos em edificação que garantirão R$200 milhões ao clube. O dono da construtora MRV e do Banco Inter reiterou o que já falou em outras oportunidades: o empréstimo de valores elevados com juros mínimos. “Se o Atlético pegasse R$100 milhões emprestados em um banco, pagaria 30% ao ano - ou seja, R$30 milhões de juros. Nós pegamos dinheiro barato para não pagar juros. Colocamos dinheiro porque sabíamos que seria investido de forma decente”.
O montante aplicado pela família Menin e pelos também conselheiros Ricardo Guimarães (Banco BMG) e Renato Salvador (Hospital Mater Dei) ajudou o Atlético a bancar um elenco com muitas estrelas, casos de Hulk, Nacho Fernández, Guilherme Arana e o recém-chegado Diego Costa, ex-Atlético de Madrid e Chelsea. O Galo colhe os frutos da movimentação no mercado da bola ao liderar o Campeonato Brasileiro com cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Palmeiras (37 a 32), além de alcançar as semifinais da Copa Libertadores após superar Boca Juniors e River Plate nos mata-matas e seguir vivo nas quartas de final da Copa do Brasil.
Rubens Menin se mostra animado com a chance de o Atlético levantar um troféu de peso em 2021 - o time já conquistou o Campeonato Mineiro. “O objetivo desse grupo de apoio é que o Atlético entre em todas as competições com chances de ganhar. O maior objetivo do futebol é ganhar títulos, e quando a gente planeja em longo prazo que o Atlético seja uma grande potência esportiva, precisamos de uma torcida apaixonada, de equilíbrio financeiro e capacidade de investimento. Mas o que vai mostrar se estamos no caminho certo são os títulos”.
Todavia, o magnata da construção civil - cuja fortuna supera a casa de R$12 bilhões, segundo a revista Forbes - garante que o projeto para tornar o alvinegro uma potência financeira no futebol sul-americano vai até 2026. “Fizemos um planejamento de cinco anos. Não consideramos essa premiação que pode acontecer. No nosso orçamento que é publicado, a premiação está menor que ganhamos hoje. Todo dinheiro excedente tem de ser levado ao Conselho para fazer a destinação para 2022. Ou seja, não estamos contando com o ovo na galinha”.
Independentemente de ser ou não campeão de competições como o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Copa Libertadores, Rubens Menin estima um investimento na próxima temporada superior aos R$300 milhões desembolsados em 2021. “Para 2022, nosso orçamento no futebol vai ser um pouquinho maior do que este ano. A gente pretende que seja e vamos dar condições para que isso aconteça. Obviamente, precisa ser aprovado pelo Conselho dentro de uma governança. Não pode fazer investimento de forma irresponsável”.