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Galo não tão doido: Cuca muda fórmula e alcança número defensivo histórico

Atlético sofreu apenas três gols na Copa Libertadores, terceira melhor marca entre os semifinalistas em todas as edições da competição

João Vitor Marques
Cuca mudou fórmula no Atlético por bicampeonato da Libertadores - Foto: Pedro Souza/Atlético Em 2013, Cuca foi o responsável por montar um dos grandes esquadrões da história do Atlético. O time orquestrado por Ronaldinho Gaúcho ganhou a Copa Libertadores e encantou as Américas pelo poder criativo, coragem e DNA ofensivo. Fazia e tomava muitos gols. Passados oito anos, o treinador está de volta a Belo Horizonte para tentar levar o bicampeonato continental. Mas, agora, a fórmula é outra. O 'Galo Doido' - que atacava sem temor e também era muito castigado pelas ofensivas rivais - foi substituído por uma equipe muito mais sólida defensivamente.



No ano da conquista, o Atlético chegou à semifinal com o maior número de gols sofridos entre os quatro times em disputa: 14 (contra 12 do Newell's Old Boys, dez do Olimpia e sete do Santa Fe). Tinha, também, o melhor ataque - 25 bolas nas redes rivais, ante 21 dos paraguaios, 16 dos colombianos e 13 dos argentinos. O estilo "kamikaze" deu certo e levou o time à glória eterna.

Manchetes: superioridade do Atlético sobre River é destaque na Argentina

Olé - 'River: a dor de já não ser'. Jornal destaca o fim de uma fase hegemônica do River Plate no futebol sul-americano - Reprodução
Olé - Jornal traz ainda a sinceridade de Gallardo, técnico do River Plate, ao admiter que o Atlético é muito superior na atualidade - Reprodução
Olé - Jornal ainda questiona se a Copa Libertadores de 2021 foi a última de Gallardo à frente do River Plate - Reprodução
Clarín - Jornal argentino destaca dura goleada sofrida pelo River diante do Atlético e projeta mudanças no clube a partir de um possível fim da 'era Gallardo'. - Reprodução
La Nación - Jornal destaca a 'surra' levada pelo River no Mineirão para o Atlético - Reprodução
La Nación - Jornal destacou ainda que o River já não é o mesmo. Goleada para o Atlético no Mineirão expôs um time em transição. - Reprodução

Em 2021, o Atlético de Cuca levou apenas três gols nos dez jogos disputados. É o menor número entre os times que ainda disputam a competição. Mais do que isso: a marca é histórica. Na Libertadores neste formato com oitavas de final, só duas equipes alcançaram a semifinal com menos gols sofridos: o São Paulo de 2010 e o Corinthians de 2012, vazados duas vezes na trajetória. O Grêmio, em 2009, e o Boca Juniors, na edição de 2020, também levaram três.

"Nós seguimos firmes numa Libertadores fantástica, tomamos três gols na competição inteira - isso há de se ressaltar - contra adversários muito qualificados. A gente está no caminho certo", pontuou o técnico Cuca após a convincente vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, nessa quarta-feira. O resultado no Mineirão garantiu o Atlético na semifinal para enfrentar o atual campeão Palmeiras. Os duelos serão nas semanas dos dias 22 e 29 de setembro.


A eficiência defensiva alvinegra diz muito mais respeito a um coletivo que funciona bem, mas algumas individualidades têm chamado atenção neste momento de crescente do time. O goleiro Everson, o lateral-direito Mariano, os zagueiros Junior Alonso e Nathan Silva, além dos volantes Jair e Allan, têm desempenhado papel fundamental nesse sentido.

Impressiona o fato de o Atlético ter alcançado uma marca defensiva tão boa após enfrentar os gigantes Boca Juniors (oitavas de final) e River Plate (quartas) no mata-mata - e sem levar gol. Na fase classificatória, superou Cerro Porteño, América de Cali e Deportivo La Guaira, grupo considerado mais tranquilo.

Não significa dizer, porém, que se trata de um time retranqueiro. Ofensivamente, o Atlético também não deixa a desejar. O elenco conta com estrelas consagradas como Nacho Fernández, Vargas e Hulk e, a partir da semifinal, terá Diego Costa. Em dez jogos, marcou 19 gols - número significativo, mas inferior aos de Flamengo (28) e Palmeiras (26).


O Atlético de Cuca passou do "Galo Doido" para um Galo muito mais equilibrado. E tem dado certo. Uma outra fórmula para o mesmo sonho: voltar a pintar o continente de preto e branco.