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COPA LIBERTADORES

Na volta da torcida, Atlético goleia River e avança à semi da Libertadores

Time tem atuação quase perfeita e volta a vencer poderoso rival argentino; na próxima fase, enfrentará o atual campeão Palmeiras

postado em 18/08/2021 23:16 / atualizado em 19/08/2021 02:12

(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)


Mais uma importante página da história continental do Atlético foi escrita na noite desta quarta-feira, no Mineirão. Nas arquibancadas, cerca de 17 mil torcedores marcaram a volta da torcida ainda durante a aterrorizante pandemia de COVID-19 e presenciaram uma atuação monumental dos donos da casa. Corajoso, intenso e avassalador, o time alvinegro goleou o todo-poderoso River Plate por 3 a 0 no jogo de volta das quartas de final da Copa Libertadores. O resultado sacramentou a vaga na semifinal para enfrentar o Palmeiras, já que os brasileiros já haviam vencido a partida de ida por 1 a 0, há uma semana, na Argentina.

O primeiro tempo quase perfeito do Atlético contou com dois golaços - um de Matías Zaracho, de voleio, e outro de Hulk, de cavadinha. Na segunda etapa, o meia argentino voltou a marcar, desta vez de cabeça, e deu números finais à classificação inconteste da equipe alvinegra, que provou mais uma vez ser um fortíssimo candidato ao bicampeonato continental. Os comandados do técnico Cuca fizeram a melhor campanha na primeira fase e, no mata-mata, eliminaram nada mais, nada menos, que Boca Juniors e River Plate.

O Atlético volta à semifinal da Copa Libertadores após oito anos. A última vez foi em 2013, quando o time - também comandado pelo técnico Cuca - superou o Newell's Old Boys nos pênaltis e rumou ao título inédito. Desta vez, o adversário será o atual campeão Palmeiras, que eliminou o São Paulo. As partidas serão nas semanas dos dias 22 e 29 de setembro, com a ida na capital paulista e a volta em Belo Horizonte.

Aglomeração, desrespeito e falta de sensibilidade


A noite de festa foi, também, de desrespeito e falta de sensibilidade. As autoridades municipais liberaram a ocupação de 30% dos cerca de 62 mil assentos disponíveis no Mineirão. Foi a volta da torcida do Atlético ao estádio após 17 meses (529 dias) - a última vez havia sido em 7 de março de 2020, na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro. O protocolo contra a COVID-19, porém, foi desrespeitado dentro e fora do local.

As horas que antecederam o jogo foram de muita aglomeração no entorno do Mineirão, com milhares de pessoas sem máscara. A exigência de testes negativos para coronavírus aos que entrariam no estádio pouco fez diferença, já que muitos presentes não tinham ingresso para a partida. Tudo isso no mesmo dia em que a taxa de contaminação (Rt) em Belo Horizonte atingiu 1,01, acima do nível considerado seguro.

Durante o jogo, as normas de uso de máscara e distanciamento social também foram desrespeitadas. A bonita festa - que lembrou tempos pré-pandêmicos - mais gerou tensão e medo do que propriamente empolgação. Em campo, o time pareceu contagiado pela energia das arquibancadas e fez história.

Primeiro tempo perfeito


Intenso, corajoso, avassalador. Não faltam adjetivos para qualificar o primeiro tempo do Atlético, que beirou a perfeição na execução da estratégia traçada por Cuca. Os primeiros minutos foram uma amostra do que viria em seguida: a forte marcação pressão gerava dificuldades aos três zagueiros do River Plate e os donos da casa eram os senhores do jogo. Eduardo Vargas chegou a desperdiçar duas grandes chances.

Mas o Atlético jogava contra o principal time do continente nos últimos anos. Os argentinos buscavam a sexta semifinal de Libertadores desde 2015 (foram dois títulos no período) e, mesmo com o elenco bastante enfraquecido, ainda despertam temor nos adversários.

Naturalmente, criaram boas oportunidades - mas pararam em duas excelentes defesas de Everson. O goleiro criticado (e até ameaçado) na última temporada encontrou a redenção em 2021 e arrancou da torcida palavrões e o canto que, por anos, classificou Victor como o melhor do Brasil.

A coragem de agredir o poderoso adversário não demoraria a render frutos ao Atlético. E dos mais belos. Hulk, o homem da temporada, saiu da área para a direita. Esperou o momento certo para colocar na área. E ali a magia aconteceu. Matías Zaracho emendou um voleio e estufou as redes aos 21 minutos. Apoteótico 1 a 0.



Atordoado, o River lutava, mas era em vão. O Atlético sofria, sim, sustos defensivos, mas não perdeu o controle do jogo. E sempre gerava preocupação. Em um grande contra-ataque aos 33 minutos, Savarino deixou Hulk na cara do gol. E o camisa 7, frio, gelado, tocou de cavadinha na saída de Franco Armani: 2 a 0. Mais um golaço para refletir a superioridade alvinegra e fazer explodir a torcida nas arquibancadas.



Festa completa


Em momento nenhum o River Plate ameaçou a classificação alvinegra. No segundo tempo, as arquibancadas foram espaço de festa e pouca preocupação. "Vou Festejar", de Beth Carvalho, foi entoada logo cedo. É a música cantada pela torcida do Atlético quando o jogo já parece decidido. E estava mesmo.



Aos 16 minutos, Matías Zaracho aproveitou assistência de Savarino - mais uma do venezuelano - e cabeceou para as redes: 3 a 0. Tudo isso pouco tempo depois de ter desperdiçado uma grande oportunidade cara a cara com Armani. Era o sinal de que a noite era alvinegra.

O River teve a bola no campo de ataque, mas quase não perigo levou ao gol defendido por Everson. O arqueiro, de fato, fez apenas uma grande intervenção, em cobrança de falta já na reta final do jogo.

Gallardo tentou, tentou, tentou, mudou o time, trocou a estratégia, mas não conseguiu rivalizar com um soberano Cuca. As notas negativas foram as saídas de Mariano e Jair por lesão. De resto, uma noite perfeita em campo para um dos mais poderosos times da América. E, desta vez, não se trata dos argentinos.





ATLÉTICO 3 X 0 RIVER PLATE

Atlético
Everson; Mariano (Guga, aos 4' do 2ºT), Nathan Silva, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan (Réver, aos 24' do 2ºT), Jair (Tchê Tchê, aos 11' do 2ºT) e Matías Zaracho; Jefferson Savarino, Eduardo Vargas e Hulk (Keno, aos 24' do 2ºT)
Técnico: Cuca

River Plate
Armani; Díaz, Maidana (Paradela, aos 32' do 1ºT) e Martínez; Casco, Zuculini (De La Cruz, no intervalo), Enzo Fernández e Angileri (Vigo, no intervalo); Álvarez (Carrascal, aos 28' do 2ºT), Romero e Suárez (Girotti, aos 28' do 2ºT)
Técnico: Marcelo Gallardo

Motivo: jogo de volta das quartas de final da Copa Libertadores
Data e horário: quarta-feira, 18 de agosto de 2021, às 21h30 (de Brasília)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

Gols: Zaracho, aos 21' do 1ºT e aos 16' do 2ºT, e Hulk, aos 33' do 1ºT
Cartões amarelos: Nathan Silva, aos 13' do 1ºT (ATL); Casco, aos 28' do 1ºT, e De La Cruz, aos 35' do 2ºT (RIV)

Público: 17.030
Renda: R$ 2.685.042,00

Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Assistentes: Christian Schiemann (CHI) e Claudio Rios (CHI)
VAR: Andrés Cunha (URU)


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