Em nota, Atlético exige punição da Conmebol ao Boca Juniors por confusão
Posicionamento oficial do clube garante que todo tumulto foi promovido por iniciativa dos argentinos
Redação
Atlético exigiu punição da Conmebol ao Boca Juniors - Foto: Reprodução Em nota oficial divulgada na tarde desta quarta-feira (21), o Atlético exigiu punição da Conmebol ao Boca Juniors pelas cenas de confusão ocorridas no Mineirão, em Belo Horizonte, na noite desta terça-feira (20). Após eliminação em disputa de pênaltis na Copa Libertadores, revoltados com a anulação de um gol durante o tempo regulamentar, os atletas e a comissão técnica do time argentino partiram para cima da arbitragem e promoveram grande tumulto nos corredores do estádio.
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De acordo com o Atlético, toda a confusão foi originada por atitude da delegação do Boca Juniors. O ofício destaca que, embora o clube argentino tenha promovido 'péssima' recepção em seu país, o Galo proveu todo suporte necessário à delegação 'xeneize' no confronto em Minas Gerais.
Ainda conforme o documento, Sérgio Coelho, presidente do Atlético, pagou, do próprio bolso, a fiança exigida para liberação de alguns membros da delegação argentina de uma delegacia da Polícia Civil em Belo Horizonte.
Por fim, o clube estabeleceu sua versão dos fatos em ordem cronológica. De acordo com o Atlético, a delegação do Boca Juniors procurou a diretoria alvinegra após os episódios de tensão para se desculpar. Veja, a seguir, a nota completa do Atlético.
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Nota oficial do Atlético
Sobre os graves acontecimentos protagonizados pela equipe do Boca Juniors, na noite de ontem, 20 de julho, no Mineirão, o Clube Atlético Mineiro informa e esclarece que:
1 - As cenas de violência amplamente divulgadas pela mídia evidenciam, de forma inequívoca, que toda a confusão foi provocada pelos jogadores e membros do staff do clube argentino, conforme o BO registrado pela polícia e a cronologia dos fatos, que segue abaixo desta nota;
2 - Não se admite que em uma competição de alto nível como a Copa Conmebol Libertadores haja espaço para esse tipo de comportamento e conduta antidesportiva, razão pela qual o Clube Atlético Mineiro exige da Conmebol severa punição aos infratores;
3 - O Clube Atlético Mineiro reitera de forma enfática que não teve qualquer responsabilidade pelos incidentes ocorridos, mas que, ainda assim, pelo princípio da cordialidade que rege o ambiente esportivo, deu todo o apoio possível ao clube argentino, inclusive intercedendo perante as autoridades policiais brasileiras. O presidente do Clube Mineiro, Sérgio Coelho, participou pessoalmente destas negociações e pagou, do próprio bolso, a fiança exigida ao clube argentino, pela Polícia Civil de Minas Gerais, já que a delegação do Boca Jrs não tinha dinheiro em espécie e em moeda nacional (o valor foi, logo em seguida, ressarcido pelo time argentino);
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4 - O estádio do Mineirão, que já foi palco de grandes momentos em competições organizadas pela Conmebol, inclusive a decisão da Libertadores de 2013, é absolutamente seguro e adequado para realização de partidas como a ocorrida, e que jamais teve registro de episódios semelhantes aos protagonizados pela equipe argentina;
5 - O Clube Atlético Mineiro espera que episódios como os registrados se tornem, cada vez mais, fatos isolados no mundo do futebol, para que a paz e o respeito sejam os senhores da razão;
6 - Por fim, destaca-se que a despeito da péssima forma como a equipe mineira fora recebida no jogo de ida, e da lamentável conduta que teve a delegação do Boca Jrs em nossa casa, na segunda partida, o Atlético Mineiro não deixou de prestar todo o apoio que se fez necessário.
CRONOLOGIA DOS FATOS:
1 - Após o jogo, os atletas das duas equipes desceram o túnel e foram para seus respectivos vestiário, como de praxe. Poucos minutos depois, jogadores e comissão técnica da equipe argentina saíram do local e, em bloco, partiram em direção ao vestiário dos árbitros.
2- Seguranças do Galo e do Mineirão tentaram, sem sucesso, contê-los. No caminho, atacaram todos que se encontravam pela frente, arremessando gradis, extintores, bebedouros, barras de ferro (em forma de punhal) e outros objetos que estavam ao seu alcance;
3 - Subitamente, sem lograr êxito na tentativa de buscar os árbitros, os argentinos decidiram invadir o vestiário do Galo, que era protegido, naquele momento, somente por um segurança. Para proteger a integridade física dos atletas e da comissão técnica da equipe mineira, até o presidente Sérgio Coelho se posicionou para tentar impedir a entrada dos argentinos, exercendo o direito de legítima defesa;
4 - A contenção só foi possível após a chegada da Polícia Militar, que teve de usar gás de pimenta para dispersar os agressores. O saldo foi de pessoas feridas, felizmente sem maior gravidade;
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5 - A PM deu voz de prisão a alguns jogadores e membros da comissão técnica do Boca;
6 - Passado o momento de maior tensão, o chefe de segurança do Boca Jrs procurou pessoalmente o presidente e a diretoria atleticana para se desculpar pelo ocorrido e esclarecer que o objetivo era chegar ao vestiário da arbitragem, conforme registrado em vídeo amplamente divulgado;
7 - Diante da gravidade dos fatos e das consequências impostas pela Polícia Militar, dirigentes do Boca procuraram o presidente do Atlético para se desculpar pelo ocorrido e para pedir-lhe apoio, no que foram prontamente atendidos;
8 - O presidente atleticano solicitou aos diretores de administrativo e jurídico que acompanhassem a delegação argentina e lhes desse total guarida;
9 - Às 4h30 da manhã, os dois diretores do Galo ligaram para o presidente Sérgio Coelho, solicitando-lhe que conseguisse 6 mil reais em espécie para que fossem pagas as fianças, junto à Polícia Civil mineira. Prontamente, o presidente enviou os recursos necessários, do próprio bolso.
Fotos da delegação do Boca Juniors na delegacia em BH