O Atlético deu a impressão de reunir todas as condições de voltar de Buenos Aires com a classificação às quartas de final da Copa Libertadores encaminhada: time entrosado, jogadores acostumados a jogos grandes, La Bombonera sem torcida, um Boca Juniors em formação e cheio de garotos. Mas ainda no primeiro tempo do jogo desta terça-feira ficou claro que não seria não seria tão simples, tamanha a dificuldade de criar jogadas demonstrada pelos alvinegros.
Com isso, os Xeneizes foram gostando do jogo e de um time que nitidamente entrou em campo tendo como prioridade não sofrer gols, tentando algo em contra-ataques, passou a comandar as ações. O lance que resultou em bola na rede de Everson, posteriormente anulado graças à intervenção do VAR, é um exemplo disso, pois o time argentino teve muito espaço para trabalhar a bola, ir à linha de fundo, cruzar e, na sequência, González dar dois toques de cabeça até marcar.
Segundo o site de estatísticas Sofascore, mesmo tendo mais posse de bola (56% a 44%), o Galo finalizou a metade do adversário (6 a 11), sendo apenas duas no gol, nenhuma com perigo, contra quatro dos donos da casa, que fizeram Everson se desdobrar ao menos uma vez. Isso mostra que não foi o Boca que se elevou ao nível dos mineiros, mas o Alvinegro que desceu bastante.
Menos mal que o Atlético não sofreu gol. Com isso, precisa de vitória simples no jogo de volta, terça-feira que vem, no Mineirão. Não é possível que todos os jogadores vão novamente ter tantas dificuldades como tiveram na ida, em que não acertaram praticamente nada.
Se o problema for desgaste físico, que Cuca mande um time totalmente reserva para enfrentar o Corinthians, sábado, no Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro. Afinal, em pontos corridos você consegue se recuperar depois de um tropeço. Em dois jogos de mata-mata, não.