"Eu fiquei muito decepcionado pela forma com que, não o jogador, porque o jogador é o seguinte: se você está produzindo, você vale alguma coisa; se você não está produzindo, não vale o jogador e não vale a pessoa. Há uma mistura. E como que separa? Quando cheguei em 2018, dei resultado, fui artilheiro do time no ano. Em 2019, fui artilheiro do time junto com o Róger Guedes. Em 2020, o time teve muitas mudanças. Eu sou um cara muito sincero, eu sei quando estou devendo, eu dou a cara para bater, não fico dando voltinha, dando desculpa", disse.
"Infelizmente, em 2019 a gente já vinha sofrendo com muitas trocas de treinadores. Foram três treinadores. E teve as mudanças de diretor: primeiro o Alexandre Gallo, depois o Marques e o Rui Costa. Uma loucura, vem jogador, sai jogador. Em 2020, a gente começa o campeonato veio a pandemia", disse o atacante.
Ricardo Oliveira classificou o clube como desorganizado. "Não posso dizer que o clube estava uma bagunça, mas faltou organização. No primeiro ano, tive dois treinadores. No segundo ano, tive outros, vários diretores (...). Demonstra que falta organização ou planejamento. Não posso falar que estava uma bagunça, mas estava um pouco distante de ser organizado", frisou.
Pelo Atlético, Ricardo Oliveira disputou 110 jogos e marcou 37 gols.
Sampaoli
Ricardo Oliveira ainda revelou que o técnico Jorge Sampaoli queria que ele forçasse a saída do Atlético em 2019 para jogar no Santos. Naquela ocasião, o argentino dirigia o clube paulista.
"Veio o Sampaoli para o Atlético, ele me queria no Santos em 2019. A gente conversava, trocava mensagens, ele insistiu para que eu pudesse brigar no Atlético para ir para o Santos em 2019. Eu falei que não era do meu perfil isso, não vou brigar com o Atlético e se tiver que sair vai ser para o bem meu e do clube. O presidente da época era o Sérgio Sette Câmara. Ele me ligou e pediu para eu não sair, falou que eu era um líder importante no elenco", disse.
Foi justamente com Sampaoli que Ricardo Oliveira saiu dos planos do Atlético. O atacante chegou a participar da estreia do argentino no clube, mas depois foi afastado.
"Quando o Jorge Sampaoli chega, fiz o primeiro jogo do Campeonato Mineiro com ele. Veio a pandemia e depois disso todo mundo sumiu. Não me atenderam e comunicaram depois da apresentação que eu não ia me apresentar no primeiro momento, porque seria em grupo reduzido. O tempo foi passando, ninguém me mandou mensagem e eu comecei a me manifestar. Depois me disseram que não contavam mais comigo. Falaram depois de tanto tempo e sem me pagar os vencimentos. E eu esperei e não tive mais saída e vi que era algo pessoal e tive que entrar na Justiça. Se o entendimento é que não estava com o rendimento esperado, chama, olha no olho e diz que não dá".
Decisão da 27ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte condenou o Atlético em novembro do ano passado a pagar R$ 3 milhões ao centroavante.