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Copa Libertadores

Análise: Em Barranquilla, até quem venceu chorou

Atlético supera gás lacrimogêneo e o América de Cali-COL garante vaga antecipada na Libertadores, mas jogo não devia nem ter sido disputado

Paulo Galvão
Atacante Hulk abriu o caminho para a vitória alvinegra e marou o quinto gol dele na competição continental - Foto: AFP / POOL / RICARDO MALDONADO ROZO
A atuação do Atlético na vitória por 3 a 1 sobre o América de Cali-COL, na noite desta quinta-feira, fica completamente em segundo plano quando se analisa as circunstâncias em que ocorreram. O clima em Barranquilla, com enfrentamentos entre forças de segurança e manifestantes, não permitia nem pensar na realização de uma partida de futebol, ainda mais valendo pela principal competição de clubes do continente.



Mas os organizadores têm outro pensamento – e interesse. Assim, mesmo com jogadorescom dificuldades até para respirar desde o aquecimento no Estádio Romelio Martínez, a partida foi realizada tendo sido interrompida cinco vezes e com o intervalo entre o primeiro e o segundo tempos durando o dobro do que o habitual para ver se a situação melhorava do lado de fora. Isso não ocorreu,como provaram as explosões audíveis pela transmissão gerada pela própria Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) durante toda a disputa.

Quando foi possível a bola rolar, o Galo impôs sua maior qualidade técnica. Apesar de todas as adversidades, jogadores como Guga, Guilherme Arana, Nacho Fernández e Hulk (no primeiro tempo) sobraram em campo e ajudaram a garantir o importante resultado positivo.

Não foi atuação de gala, pois nem havia condições para isso. O Alvinegro deu espaços em muitos momentos, permitiu até contra-ataques e errou alguns fundamentos, talvez por conta do ar ruim. Mas fez o mais importante, que era vencer, garantindo vaga nas oitavas de final da Libertadores com duas rodadas de antececência.



Uma pena que não haja motivo para comemorar. Em Barranquilla, sobraram lágrimas para todos os lados. Até para quem não tinha motivo para chorar.