Em reunião na noite desta segunda-feira, no Clube Labareda, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, o Conselho Deliberativo do Atlético aprovou o balanço financeiro do clube no ano de 2020. As contas, com superávit apontado em R$ 19 milhões, foram apresentadas aos conselheiros, que aprovaram por unanimidade as demonstrações contábeis do último ano da gestão do então presidente Sérgio Sette Câmara.
O prazo para publicação do balanço com as contas aprovadas é até o dia 30 de abril. Na sexta-feira passada, a diretoria, comandada pelo presidente Sérgio Batista Coelho e o vice-presidente, José Murilo Procópio, apresentou toda a situação financeira do clube ao longo de décadas, durante o Galo Business Day. Apesar de ter ampliado a dívida para o valor de R$ 1,209 bilhão, os gestores exibiram superávit de R$ 19 milhões, incluindo o lucro da venda de 50,1% do shopping Diamond Mall, ao lado da sede administrativa, no bairro de Lourdes.
Durante o Galo Business Day, os dirigentes explicaram como chegaram ao superávit de R$ 19 milhões, mesmo com ampliação da dívida. O Atlético dividiu receitas e despesas da última temporada em dois tópicos: resultados recorrentes e não recorrentes. O segundo termo chama mais a atenção, pois significa um valor que entrou nos cofres do clube, e sim uma projeção sobre a Arena MRV e o Diamond Mall, shopping que o clube detém 49,9%.
No total, o Atlético teve R$ 295 milhões de resultados não recorrentes. São R$ 91 milhões pela venda do Diamond Mall (como explicado acima), R$ 66 milhões pela valorização da Arena MRV a fluxo de caixa descontado (empresa internacional contratada para verificar o planejamento futuro da arena e as perspectivas de receita) e R$ 138 milhões pela avaliação do shopping, feita pela mesma empresa internacional.
O resultado recorrente do Atlético na temporada 2020 foi no valor de R$ 276 milhões negativos. O maior déficit foi causado pelo impacto da COVID-19, com R$ 179 milhões. O cálculo das perdas foi avaliado baseado em bilheteria, menor liquidez no mercado de transferência, queda no valor dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, reestruturação administrativa e premiação do Campeonato Brasileiro.
Também contribuiu para o impacto nas contas o total de gastos com o futebol: R$ 97 milhões. Nesses valores estão inclusos a amortização de contratos e salários.