Se Sampaoli pegou o combalido Villa Nova com apenas 16,7% de aproveitamento em oito jogos, Cuca terá pela frente o também mal das pernas Coimbra, com iguais 16,7% de desempenho, mas em quatro partidas. O Leão estava na zona de rebaixamento e acabou caindo para o Módulo II. O Gavião Real está no Z2 e precisa reagir para não ter o mesmo destino do Villa.
Paralisação do Estadual
Outra coincidência diz respeito ao fato de o Campeonato Mineiro ser suspenso. A partida do Galo contra o Leão há um ano foi a última antes da paralisação do Estadual por causa da pandemia. O mesmo deve ocorrer neste ano.
A competição estará suspensa a partir de segunda-feira (22/3). Esta é apenas uma das novas medidas restritivas anunciadas pelo governador de Minas, Romeu Zema, para tentar conter o avanço da COVID-19 no estado.
FMF e Grupo Globo, detentor dos direitos de transmissão do torneio, tentam a realização de nova reunião na segunda-feira para deliberar sobre uma eventual sequência do Estadual, mas a tendência é que o Governo não abra mão da paralisação.
Torcida no estádio
Outra coincidência diz respeito à torcida. Sampaoli estreou sem a Massa no Estádio Castor Cientes, em Nova Lima, e não contou com ela em campo em nenhuma partida. Todos os jogos do argentino no comando foram sem público.
O único contato de Sampaoli com a torcida aconteceu uma semana antes de sua estreia. Ele viu o Atlético vencer o Cruzeiro de um camarote do Mineirão, por 2 a 1, com um golaço de Otero, no ângulo, aos 47 minutos do segundo tempo.
Na estreia, Cuca também não terá a torcida a seu lado, mas a expectativa de todos no clube é que ele esteja no comando na inauguração da Arena MRV que deve acontecer no final do ano que vem. “É emocionante você ficar imaginando uma arena para 40 mil, 45 mil pessoas e a força que esse time e essa torcida geram em torno de um jogo”, disse o treinador, que já teve a Massa a seu lado em momentos decisivos como na conquista da Copa Libertadores, em 2013.
Diferenças
Por outro lado, as estreias de Cuca e Sampaoli têm algumas diferenças. Se hoje o Atlético reina absoluto no topo da tabela do Campeonato Mineiro com 100% de aproveitamento – 12 pontos em quatro jogos –, em 2020 a situação era outra.
Na ocasião, o Galo, que terminaria com o título, tentava se recuperar na competição. Depois de um início ruim, o time ocupava um modesto 4º lugar com 15 pontos em oito partidas antes da estreia de Sampaoli.
Time titular
Quanto ao time titular que entrou em campo a diferença pode ser considerável também. Sampaoli levou a campo Rafael; Guga, Igor Rabello, Gabriel e Guilherme Arana; Allan e Nathan; Savarino e Hyoran; Ricardo Oliveira e Di Santo. Os dois últimos nem estão no clube mais.
Já Cuca prepara a equipe para a estreia e sinaliza o retorno dos titulares, apesar de os “reservas” liderarem o Mineiro. No último jogo, vitória sobre a Patrocinense por 3 a 1, o então técnico interino Lucas Gonçalves escalou Rafael; Mariano, Igor Rabello, Gabriel e Dodô; Dylan Borrero, Zaracho e Calebe; Hulk, Marrony e Vargas.
Mortes na pandemia
Mas a grande diferença entre as estreias é também, de longe, a mais triste. Ao final daquele 14 de março de 2020, sábado que marcou a estreia de Sampaoli, o Ministério da Saúde divulgou que havia 121 casos confirmados no pais, além de 1.496 suspeitos sob investigação.
Na época, foi divulgado que a primeira morte por COVID-19 no país teria acontecido em 16 de março. Em junho, o Ministério revisou a informação dizendo que, na verdade, o primeiro óbito acontecera quatro dias antes, em 12 de março, em São Paulo. A vítima foi uma mulher de 57 anos.
Já nesta terça (16/3), o Brasil registrou 2.798 mortes por COVID-19 em 24 horas, novo recorde da pandemia. O total de óbitos é 282.400 e, infelizmente, tende a aumentar daqui até sexta, na estreia de Cuca, e mais ainda até que toda a população seja vacinada.