Nesta sexta-feira, o Atlético anunciou a contratação do técnico Cuca. Campeão da Libertadores de 2013 com o Galo, o treinador acertou contrato válido por duas temporadas. Antes mesmo da confirmação, o retorno do técnico ao clube foi tratado com rejeição por parte da torcida devido à condenação dele em caso de violência sexual em 1987, na Suíça, em episódio conhecido como ‘Escândalo de Berna’.
No anúncio da contratação, o Atlético considerou que o assunto foi ‘superado’, já que Cuca alegou inocência em vídeo gravado ao lado da esposa e das filhas, nessa terça-feira. Na nota, o clube ressaltou a confiança nas palavras do treinador e pregou respeito às mulheres.
“Sobre os antigos episódios envolvendo o nome do treinador (e que vieram à tona recentemente), o Clube entende que o assunto está superado, em face das últimas declarações dadas por ele. O Clube Atlético Mineiro afirma confiar no treinador, em suas palavras e, principalmente, em sua conduta: sempre proba e séria, inclusive durante o período em que treinou o nosso time. O Clube afirma, ainda, ter absoluto respeito pelas mulheres, defende a bandeira da igualdade e repudia qualquer ato de violência ou discriminação, contra quem quer que seja”.
Antes do acerto, torcedores do Atlético fizeram um movimento nas redes sociais contra a contratação de Cuca. A hashtag #CucaNão figurou entre os assuntos mais comentados do Twitter algumas vezes nas últimas semanas. Após o anúncio, torcedores criticaram a escolha do clube.
“Horrível decisão! Desrespeito a todas as mulheres torcedoras do Galo. Uma mais maiores decepções da minha vida”, publicou uma torcedora no Twitter. Vocês me tiraram do Atlético e tiraram o Atlético de mim. Espero que tenham pelo menos a coerência de ignorar o dia 8 (Dia Internacional da Mulher), que claramente não significa nada pra vocês”, postou uma outra atleticana.
Em 1989, Cuca e outros três jogadores foram condenados por violência sexual contra pessoal vulnerável (com menos de 16 anos). Embora não tenha sido reconhecido pela garota, Cuca pegou 15 meses de prisão, mas não cumpriu a pena, já que o Brasil não extradita seus cidadãos. Em 2004, a possibilidade de execução expirou.