Ignacio Fernández foi protagonista do poderoso River Plate nos últimos anos, mas só recebeu uma oportunidade na Seleção Argentina. O responsável por convocá-lo? Jorge Sampaoli, a quem Nacho reverá no Brasil. O reencontro, contudo, deve durar pouco tempo, já que o treinador negocia com o Olympique de Marseille, da França, e está de saída do Atlético. Outro interessado no argentino é o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
Foi Sampaoli quem indicou Nacho à diretoria alvinegra. Desde 2020, o meia de 31 anos é o grande “sonho de consumo” do comandante atleticano. Mas a admiração pelo futebol do armador é mais antigo.
Em 2017, Sampaoli deu a Nacho uma oportunidade na Seleção Argentina. Na ocasião, a estrela do River entrou no segundo tempo do amistoso contra Cingapura. Ficou 20 minutos em campo e contribuiu com uma assistência para Di María marcar o último gol da vitória por 6 a 0. Depois disso, o treinador não voltou a convocá-lo, mas a admiração continuou.
Após uma longa negociação, o Atlético topou pagar 6 milhões de dólares (cerca de R$ 32,4 milhões na cotação atual) livres de impostos ao River Plate para adquirir os direitos de Nacho. Mesmo sem ter a certeza da continuidade do treinador para a temporada 2021.
Não é difícil explicar por que o colegiado que administra o Atlético manteve a ideia de investir alto em Nacho mesmo com a provável saída de quem o indicou.
Técnica
O primeiro e mais forte motivo é técnico. Os empresários que ajudam a administrar o clube - em especial Rafael Menin e Renato Salvador, mais envolvidos nas decisões - entendem que Nacho é unanimidade. Para eles, não há técnico que não queira contar com um dos melhores jogadores do futebol sul-americano.
Em 2019, Diego Armando Maradona disse que Nacho era o melhor do futebol argentino. "Ele tem uma camurça no pé", elogiou. O ex-meia Riquelme e o centroavante Fred, do Fluminense, também se renderam ao meia.
A decisão técnica do órgão colegiado foi corroborada pelo diretor de futebol Rodrigo Caetano. Contratado em janeiro, o dirigente já era admirador do futebol de Nacho. Em 2020, quando trabalhava no Internacional, tentou contratá-lo, sem sucesso.
Desta vez, as negociações avançaram e tiveram desfecho positivo. Caetano foi o responsável por conduzir as tratativas e fechar o acordo, que valerá por três temporadas. O próprio empresário de Nacho, Daniel González, admitiu a importância do dirigente atleticano nas conversas.
“Ajudou (o fato de) que o diretor de futebol do Atlético é o que estava no Inter, que queria levá-lo. Fica um pouco mais fácil”, disse o agente, em entrevista ao TyC Sports, canal de TV argentino.
Experiência
Aos 31, a estrela do River pode “dar cancha” ao meio. Nacho acumula 52 partidas de Copa Libertadores na carreira e já a conquistou uma vez, em 2018, como protagonista.
Imagem
O “bônus” da operação para contratar Nacho é a possibilidade de fortalecer a imagem do Atlético no mercado.
O clube alvinegro sabe que o argentino não tem o mesmo potencial comercial de Hulk, outro reforço de peso para a próxima temporada.
Porém, entende que tirar do River Plate um protagonista passa ao mercado uma imagem de que o projeto é audacioso e tem objetivos relevantes.
"Temos uma gestão altamente profissional, adotando todas as melhores práticas de gestão. Tudo isso para que o Atlético se torne o maior time dentro e fora de campo da América Latina", disse o presidente Sérgio Coelho, ao apresentar Hulk como reforço.
Ter jogadores de renome internacional no elenco, como Hulk e Eduardo Vargas, é um meio de seduzir outros reforços. Com Nacho, não foi diferente.