“Foi um jogo muito difícil de poder explicar. Tivemos 85% de posse de bola (78%, na verdade, segundo o SofaScore), estivemos o tempo todo no campo rival. E um time que só chutou uma vez no gol acabou ganhando da gente. E nós, com bastante situações (de gol), não conseguimos concretizar. O futebol tem dessas coisas”, disse o comandante argentino, em entrevista após a partida na Serrinha, em Goiânia, pela 34ª rodada.
Na resposta, porém, Sampaoli foi além da simples e pura análise do que foi a partida. O treinador alvinegro insinuou que o gol de Savarino, que abriria o placar para o Atlético antes dos 10 minutos do primeiro tempo, foi mal anulado pela arbitragem de vídeo. O VAR, comandado por Rodrigo Nunes de Sá (RJ), viu impedimento do atacante venezuelano e anulou o lance.
“Vi a jogada do gol anulado de Savarino, me parece também injusto, porque não está... Está mal traçada a linha, sem dúvidas, e está em posição legal. Situações pontuais, detalhes para uma equipe que quis buscar a partida, que buscou isso com acertos, com incapacidades ou erros, mas sempre buscou ou tentou buscar o gol rival. Lamentavelmente, vamos sem nada, quando o time veio por tudo”, completou.
Chance de título
Com o revés, o Atlético segue na terceira posição, com 60 pontos - cinco a menos que o líder Internacional, que ainda não jogou na rodada. A quatro partidas do fim da Série A, o time alvinegro tem apenas 7,9% de chances de ser campeão, de acordo com cálculos do site Probabilidades no Futebol, administrado pelo departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Apesar do cenário estatístico adverso, Sampaoli garante que não haverá abatimento no elenco. A hora, segundo o treinador, é de se rebelar, mirar para frente e se preparar para a partida seguinte. O próximo adversário do Atlético é o Fluminense, na quarta-feira que vem, a partir das 21h30, no Maracanã, pela 35ª rodada.
“Isso não se pode nem tolerar e nem justificar. Não vai haver abatimento. Ao contrário, tem que haver rebeldia. Rebeldia. Perdemos. Acontece que perdemos, é o futebol. Jogamos 90% no campo rival, como sempre. Não tivemos uma noite inspirada na contundência. Temos que pensar no próximo jogo, jogar melhor que hoje. Mas abater-se é não respeitar o escudo, a camisa, que é tão importante para nós. Todo jogo que defendermos a camisa do Atlético será com zero abatimento e muita busca”, finalizou.
Leia a íntegra da entrevista de Sampaoli
Análise do jogo
Foi um jogo muito difícil de poder explicar. Tivemos 85% de posse de bola (78%, na verdade, segundo o SofaScore), estivemos o tempo todo no campo rival. E um time que só chutou uma vez no gol acabou ganhando da gente. E nós, com bastante situações (de gol), não conseguimos concretizar. O futebol tem dessas coisas. Creio que também... Vi a jogada do gol anulado de Savarino, me parece também injusto, porque não está... Está mal traçada a linha, sem dúvidas, e está em posição legal. Situações pontuais, detalhes para uma equipe que quis buscar a partida, que buscou isso com acertos, com incapacidades ou erros, mas sempre buscou ou tentou buscar o gol rival. Lamentavelmente, vamos sem nada, quando o time veio por tudo.
Esquema com três zagueiros e mudança de ideia no intervalo
A ideia de ter três zagueiros era tentar suportar a característica de jogo do rival, que era de ter lançamentos frontais a Fernandão e ao outro centroavante (Rafael Moura, que não foi titular). O 3-1-6 estava adaptado muito à capacidade rival, para termos quatro jogadores que contenham o rival de frente. Por isso, tiramos Guga e colocamos Gabriel. E ter seis jogadores no ataque, sabendo que eles teriam cinco jogadores muito plantados atrás. Abrir (o jogo) como pudéssemos e gerar algum tipo de complicação. No segundo tempo, já com a diferença (no placar), colocamos ao invés de um 3-1, um 2-2. Então, sobrava um marcador central. Eu entendi que modificar o sistema de ataque ia gerar para nós uma maior convicção de ataque. Creio que o segundo tempo fomos mais agudos, mas lamentavelmente não conseguimos concretizar (em gol).
Por que desempenho diante de times que lutam contra o Z4 é ruim?
Basicamente porque não somos contundentes, o time (rival) se fecha muito atrás e, bem, não temos a capacidade de fazer o gol que tivemos em outros jogos. É um time que jogou por uma bola só. E aí encontram uma possibilidade concreta e terminam ganhando.
Torcedor pode acreditar no título?
Eu nunca pensei nisso até agora. Pensei em ganhar cada jogo, em saber a realidade deste time, que é jovem, novo e está tentando construir uma ideia. Isso terá que ser perguntado exclusivamente ao torcedor. Eu penso já na próxima partida, tentar ganhar, atacar, e ver como podemos recuperar como visitantes esta partida que hoje perdemos.
Falta repertório ofensivo e confiança?
O repertório ofensivo é o que estamos buscando a todo tempo. O fato de ter tanta gente no ataque pode fazer com que o rival, em uma jogada esporádica, converta (em gol) tendo somente 15% da bola durante os 90 minutos (22%, na verdade, segundo o SofaScore) é muito estranho. Então, seguramente temos que ver como fazemos para que essas coisas que estão acontecendo com a gente não aconteçam mais.
Aprendizado deste jogo para enfrentar o Fluminense
Seguramente, tendo um plano diferente de hoje, buscando capacidades que estejam relacionadas com o time rival. De qualquer maneira, creio que o time vai respeitar essa ideia independentemente de onde jogar. Vai buscar a partida independentemente de contra quem jogar e onde jogar e vai seguir com esta ideia.
Como fazer para evitar o abatimento e desânimo dos jogadores?
Isso não se pode nem tolerar e nem justificar. Não vai haver abatimento. Ao contrário, tem que haver rebeldia. Rebeldia. Perdemos. Acontece que perdemos, é o futebol. Jogamos 90% no campo rival, como sempre. Não tivemos uma noite inspirada na contundência. Temos que pensar no próximo jogo, jogar melhor que hoje. Mas abater-se é não respeitar o escudo, a camisa, que é tão importante para nós. Todo jogo que defendermos a camisa do Atlético será com zero abatimento e muita busca.