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SÉRIE A

Análise: Atlético vive momento de refletir suas próprias carências

Time de Sampaoli mais uma vez mostra dificuldade contra adversário da parte de baixo da tabela. Revés para o Vasco expõe fragilidades da equipe

Roger Dias
Hyoran perde pênalti, mas faz gol de honra no fim do segundo tempo - Foto: Pedro Souza/Atlético  
Dentro ou fora de casa, o Atlético que o torcedor deseja ver – e o técnico Jorge Sampaoli prometeu implantar em sua passagem pelo clube – é aquele que domina, erra o mínimo possível, agride insistentemente o adversário e briga por todas as bolas. Mas o Galo atual se vê cada vez mais desorganizado taticamente, acumula falhas defensivas e se mostra irregular na reta final do Campeonato Brasileiro, num momento em que a equipe deveria sugar toda essa força de sua torcida.


 
 
Depois da boa exibição no empate por 1 a 1 contra o Grêmio, em Porto Alegre, esperava-se um time mais consistente diante do Vasco. Mas o que se viu foi um grupo que se abalou emocionalmente e se atrapalhou após o pênalti perdido por Hyoran, com poucos minutos de jogo.

A partir daí, quase nada funcionou – a não ser a investida final de forma desorganizada, quando os cariocas venciam por 3 a 0. Keno e Vargas ficaram apagados, Hyoran não encontrou espaços e Guilherme Arana acumulou erros infantis na marcação.

Estranhamente, o Atlético que atuou em São Januário não foi o mesmo de outros jogos. Finalizou no gol apenas seis vezes (bem menos que a média por partida da equipe, que é acima de 10), teve falhas graves em sequência na defesa e ficou acuado. Sampaoli não conseguiu mudar o panorama na etapa complementar, quando o Atlético já parecia nocauteado, sem qualquer chance de se levantar.



Neste Brasileiro, o que se tornou rotina para o Galo é a dificuldade de encarar adversários da parte de baixo da tabela – que coincidentemente apostam nos contra-ataques. No turno, o time alvinegro já havia perdido para Botafogo (2 a 1), Fortaleza (2 a 1) e Bahia (3 a 1), além de ter empatado com o Sport (0 a 0), no Mineirão.
 
Em todas as partidas, a equipe criou chances, mas esbarrou em erros no setor ofensivo. O Vasco foi mais um a tirar pontos de uma equipe que persiste na luta pelo título nacional, mas que vem perdendo força aos poucos.

Com a quarta melhor campanha do returno (61,11% de aproveitamento), o Galo tem 11,7% de chances de ser campeão brasileiro, segundo cálculos do departamento de matemática da UFMG. Enfrentará o Santos, terça-feira (26/1), no Mineirão, e depois terá pela frente novamente adversários que lutam contra a zona da degola: Fortaleza (em casa) e Goiás (fora). É aí que morre o perigo. 



Para um time que foi montado para vencer o Brasileiro, o que resta ao Galo é se recuperar moralmente e mostrar uma grande exibição diante do Santos, tentando errar o menos possível e refletir sobre suas próprias carências.

Talvez seja necessário Sampaoli criar novas estratégias de jogo, já que as usadas anteriormente têm sido bem anuladas pelos adversários. O Galo, que encantou o país por algum tempo, anda devendo melhor futebol.