O duelo ansiosamente aguardado com o Grêmio seria daqueles em que os torcedores do Atlético lamentariam muito mais do que outros jogos em que o time não sai com três pontos. Afinal, em pelo menos 85 minutos, o Galo foi valente, teve disciplina tática, foi com intensidade ao ataque e controlou com inteligência a posse de bola. Mas, como ocorre com frequência no futebol, a própria bola pune aquela equipe que não é objetiva e se cansa de errar.
Apesar disso, o empate por 1 a 1 não foi justo. Em boa parte, o Atlético dominou o bom time comandado por Renato Gaúcho. No entanto, há momentos em que falta o verdadeiro homem-gol, uma das deficiências do time de Jorge Sampaoli. O chileno Vargas não é esse jogador que a torcida tanto valoriza e espera que possa solucionar as carências. Eduardo Sasha tampouco fez por merecer a titularidade. E Marrony ainda é um jogador jovem, que tem muito a crescer.
O que provavelmente desequilibrou a favor dos gaúchos foi o banco de reservas. No Galo, entraram Gabriel (que substituiu Réver, com indisposição estomacal), Dylan Borrero, Alan Franco, Marrony e Sasha. O time rapidamente perdeu o meio-campo e viu o Grêmio equilibrar as ações. No time gaúcho, Renato colocou Maicon, Everton, Ferreira, Pinares e Luiz Fernando, que aproveitaram as brechas dadas pelo adversário para imprimir maior intensidade.
O que fica de lição é que o Galo pode perfeitamente encarar adversários de qualidade fora de casa. Mas outro ensinamento é de que o time tem de passar por cima desses obstáculos quando é superior tecnicamente.
Neste returno do Brasileiro, o Galo foi derrotado apenas uma vez, para o São Paulo (3 a 0), no Morumbi. A equipe ainda empatou outros dois confrontos – com Ceará e Internacional, ambos por 2 a 2. E, por fim, terá de fazer o duelo com o Santos, no Mineirão, que é atrasado da 28ª rodada e pode ser uma chance a mais para que o alvinegro mineiro se reaproxime dos líderes (o duelo será terça-feira que vem). Antes, os atleticanos vão ao Rio encarar o Vasco, sábado, às 21h, em São Januário.
Nesse momento, reunir forças é fundamental. E não tem de haver desânimo precipitado. Agora, a briga pelo título realmente vai se afunilar com aqueles que se mostrarem mais fortes. O Galo, que começou o Brasileiro mostrando que era um dos times com mais acertos no país, precisa comprovar regularidade de campeão nesta reta final. Pelo alto investimento no ano passado, a torcida espera algo grandioso.