Superesportes

ATLÉTICO

Mattos conversou com Sampaoli sobre demissão no Atlético: 'Ficou assustado'

Diretor de futebol deixou clube alvinegro nessa segunda-feira

Redação
Jorge Sampaoli e Alexandre Mattos conversam no CT do Atlético - Foto: Bruno Cantini/Atlético
O diretor Alexandre Mattos revelou bastidores da conversa que teve com o técnico Jorge Sampaoli para contar que havia sido demitido pelo Atlético. De acordo com o dirigente, a decisão de trocar o comando do departamento de futebol alvinegro assustou o treinador.



“Ontem (segunda-feira), quando fui falar com ele, ele ficou assustado, não entendeu, até falou que ia ligar para as pessoas e tudo. O Sampaoli é um treinador único, que tem característica de jogo única no Brasil, é muito intenso, um cara que cobra muito. Ele veio para o Atlético com algumas promessas de salário em dia, investimento alto, senão ele não viria. E estão cumprindo com ele”, disse Mattos, em entrevista à Band Minas nesta terça-feira.

Mattos foi demitido pelo Atlético na manhã dessa segunda. A decisão foi tomada pelo grupo colegiado que administra o clube, formado pelo novo presidente Sérgio Coelho, o vice José Murilo Procópio e quatro empresários: Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães.

O substituto de Mattos provavelmente será Rodrigo Caetano, que deixou o Internacional no fim de 2020. O ex-dirigente colorado terá reunião com o grupo colegiado atleticano nesta quarta-feira para formalizar o acordo.


5 metas do Atlético para 2021

1 - Conquistar título de expressão: Após um frustrante início de 2020, o Atlético mudou radicalmente o planejamento do futebol a partir de março. Para isso, contou com apoio administrativo e financeiro dos empresários Renato Salvador (Materdei), Ricardo Guimarães (Banco Bmg), Rafael Menin e Rubens Menin (ambos da MRV). O incremento significativo nos investimentos na comissão técnica e no elenco aumenta a pressão por um título de maior expressão, que não é conquistado pelo clube desde 2014 (quando ganhou a Copa do Brasil sobre o arquirrival Cruzeiro). Nos dois primeiros meses de 2021, o time terá pela frente as 11 rodadas finais do Campeonato Brasileiro, em que ocupa a segunda posição - a sete pontos do líder São Paulo. Na próxima temporada, o nível de disputa aumentará, com o provável retorno à Copa Libertadores. - Bruno Cantini/Atlético
2 - Dar continuidade ao trabalho de Sampaoli: Cuca, em 2013, foi o último técnico a ficar uma temporada inteira no comando do Atlético. Em 2015, Levir Culpi deixou o cargo dois jogos antes do fim do ano. A expectativa para 2021 é dar continuidade ao promissor trabalho de Jorge Sampaoli, contratado em março de 2020. A nova diretoria já explicitou que deseja renovar o contrato do argentino, que vai até dezembro, por mais 12 meses. Naturalmente, tudo dependerá do desempenho da comissão técnica, que tem como desafios a melhor implementação do estilo de jogo, conquistas de títulos e o melhor aproveitamento de jovens da base. - Bruno Cantini/Atlético
3 - Organizar finanças: O Atlético deve mais de R$ 700 milhões (uma das maiores quantias do futebol brasileiro). Para 2021, o Conselho Deliberativo aprovou um orçamento com R$ 401 milhões de receitas e superávit de R$ 5 milhões. Mais do que os números previstos - que quase nunca se concretizam ao fim do ano -, o clube precisa se atentar para a alta de despesas com contratações de atletas (geralmente sustentadas por empréstimos de parceiros). O próximo triênio precisa, sim, ser de fortalecimento do time, mas também de organização das devastadas finanças alvinegras. - Bruno Cantini/Atlético
4 - Avançar nas obras da Arena MRV: Em setembro de 2017, o Conselho Deliberativo do Atlético liberou a venda de parte do shopping Diamond Mall como forma de viabilizar o sonhado estádio alvinegro. Em abril de 2020, as obras finalmente começaram. Para 2021, a meta é ultrapassar os 50% do processo de construção. A expectativa atual é inaugurar a Arena MRV em outubro de 2022. - Alexandre Guzanshe/EM D.A Press
5 - Manter bastidores políticos apaziguados: Em 2020, o Atlético viveu um período de caos político, com um racha protagonizado pelo então presidente Sérgio Sette Câmara e o ex-mandatário e atual prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). Nos últimos meses do ano, porém, o grupo de empresários (Renato Salvador, Ricardo Guimarães, Rubens Menin e Rafael Menin) tomou a frente de um processo que serviu para apaziguar as disputas internas. O resultado foi a escolha de Sérgio Coelho (presidente) e José Murilo Procópio (vice) como candidatos da chapa única na eleição de dezembro. A meta em 2021 é manter a calmaria nos bastidores para que o time não seja afetado por eventuais desavenças. - Bruno Cantini/Atlético