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Alexandre Mattos se despede do Atlético: 'Respeito a decisão'

Diretor tinha contrato até o fim do ano, mas foi comunicado da saída na manhã desta segunda-feira, em reunião com o grupo colegiado que administra o clube

Redação
Alexandre Mattos foi campeão mineiro pelo Atlético em 2020 - Foto: Pedro Souza/Atlético
Demitido na manhã desta segunda-feira, o diretor de futebol Alexandre Mattos se despediu do Atlético por meio de uma mensagem publicada nas redes sociais. No texto, o dirigente disse respeitar a decisão tomada pela diretoria que acaba de assumir o comando do clube.



“Respeito a decisão, desejo aos novos gestores sucesso e saio somente com o sentimento de gratidão por todos. Obrigado, Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e em especial ao presidente Sérgio Sette Câmara (agora ex-presidente), que me deu a oportunidade de trabalhar em mais um grande clube do futebol brasileiro”, publicou Mattos, em menção ao ex-mandatário alvinegro e a empresários que o auxiliaram administrativamente nos quase dez meses no clube.

“Mesmo na pandemia, conseguimos reformular drasticamente o elenco com saídas e chegadas, criar protocolos e regras, fomos campeões mineiros de 2020 e estamos em segundo lugar no Campeonato Brasileiro, brigando pelo título. Em pouquíssimo tempo, os resultados e objetivos estavam sendo alcançados”, completou (leia o texto na íntegra ao fim da reportagem).

A saída de Alexandre Mattos faz parte do processo de mudanças da diretoria atleticana proposta pelo novo presidente Sérgio Coelho. Apesar de ter sido um nome escolhido pelo grupo que já detinha o poder no clube, o mandatário fará alterações significativas na estrutura administrativa.



Mattos foi contratado pelo Atlético em 12 de março de 2020, a convite do amigo e ex-presidente alvinegro Sérgio Sette Câmara. A demissão do dirigente, que tinha contrato válido até o fim de 2021, também se deve a questões políticas, justamente por conta da relação que mantém com o antigo mandatário.

A troca foi definida em conjunto por Sérgio Coelho, o vice José Murilo Procópio e os quatro empresários que participam financeiramente e administrativamente da gestão atleticana: Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães, além do já mencionado Renato Salvador. Ao longo do dia, outras definições serão feitas e publicizadas.

O nome mais cotado para ocupar o posto é Rodrigo Caetano, ex-executivo de futebol do Internacional. Em contato com o Superesportes na manhã desta segunda-feira, o dirigente negou ter sido procurado pelo Atlético após a demissão de Alexandre Mattos. Ele está no Rio de Janeiro com a família.


5 metas do Atlético para 2021

1 - Conquistar título de expressão: Após um frustrante início de 2020, o Atlético mudou radicalmente o planejamento do futebol a partir de março. Para isso, contou com apoio administrativo e financeiro dos empresários Renato Salvador (Materdei), Ricardo Guimarães (Banco Bmg), Rafael Menin e Rubens Menin (ambos da MRV). O incremento significativo nos investimentos na comissão técnica e no elenco aumenta a pressão por um título de maior expressão, que não é conquistado pelo clube desde 2014 (quando ganhou a Copa do Brasil sobre o arquirrival Cruzeiro). Nos dois primeiros meses de 2021, o time terá pela frente as 11 rodadas finais do Campeonato Brasileiro, em que ocupa a segunda posição - a sete pontos do líder São Paulo. Na próxima temporada, o nível de disputa aumentará, com o provável retorno à Copa Libertadores. - Bruno Cantini/Atlético
2 - Dar continuidade ao trabalho de Sampaoli: Cuca, em 2013, foi o último técnico a ficar uma temporada inteira no comando do Atlético. Em 2015, Levir Culpi deixou o cargo dois jogos antes do fim do ano. A expectativa para 2021 é dar continuidade ao promissor trabalho de Jorge Sampaoli, contratado em março de 2020. A nova diretoria já explicitou que deseja renovar o contrato do argentino, que vai até dezembro, por mais 12 meses. Naturalmente, tudo dependerá do desempenho da comissão técnica, que tem como desafios a melhor implementação do estilo de jogo, conquistas de títulos e o melhor aproveitamento de jovens da base. - Bruno Cantini/Atlético
3 - Organizar finanças: O Atlético deve mais de R$ 700 milhões (uma das maiores quantias do futebol brasileiro). Para 2021, o Conselho Deliberativo aprovou um orçamento com R$ 401 milhões de receitas e superávit de R$ 5 milhões. Mais do que os números previstos - que quase nunca se concretizam ao fim do ano -, o clube precisa se atentar para a alta de despesas com contratações de atletas (geralmente sustentadas por empréstimos de parceiros). O próximo triênio precisa, sim, ser de fortalecimento do time, mas também de organização das devastadas finanças alvinegras. - Bruno Cantini/Atlético
4 - Avançar nas obras da Arena MRV: Em setembro de 2017, o Conselho Deliberativo do Atlético liberou a venda de parte do shopping Diamond Mall como forma de viabilizar o sonhado estádio alvinegro. Em abril de 2020, as obras finalmente começaram. Para 2021, a meta é ultrapassar os 50% do processo de construção. A expectativa atual é inaugurar a Arena MRV em outubro de 2022. - Alexandre Guzanshe/EM D.A Press
5 - Manter bastidores políticos apaziguados: Em 2020, o Atlético viveu um período de caos político, com um racha protagonizado pelo então presidente Sérgio Sette Câmara e o ex-mandatário e atual prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). Nos últimos meses do ano, porém, o grupo de empresários (Renato Salvador, Ricardo Guimarães, Rubens Menin e Rafael Menin) tomou a frente de um processo que serviu para apaziguar as disputas internas. O resultado foi a escolha de Sérgio Coelho (presidente) e José Murilo Procópio (vice) como candidatos da chapa única na eleição de dezembro. A meta em 2021 é manter a calmaria nos bastidores para que o time não seja afetado por eventuais desavenças. - Bruno Cantini/Atlético

Leia o texto publicado por Alexandre Mattos


No dia de hoje, fui convocado pelo presidente Sérgio Coelho para uma reunião, onde fui comunicado da descontinuidade do meu trabalho no CAM, por motivo de troca de diretores, com a posse de um novo presidente que quer novos colaboradores.

Cheguei ao clube poucos dias antes de se iniciar o lockdown por causa da pandemia do coronavírus, com contrato até o fim de 2021, com a missão de resgatar a credibilidade no mercado e principalmente ser protagonista nas duas competições (Campeonato Mineiro e Campeonato Brasileiro) restantes do ano.

O CAM tinha acabado de ser eliminado na primeira fase da Copa do Brasil (segunda fase, na verdade) e da Sul-Americana, e estava em sexto lugar (em quarto, na verdade, dentro da zona de classificação) no Campeonato Mineiro (fora da zona de classificação para a fase final).



Mesmo na pandemia, conseguimos reformular drasticamente o elenco com saídas e chegadas, criar protocolos e regras, fomos campeões mineiros de 2020 e estamos em segundo lugar no Campeonato Brasileiro, brigando pelo título. Em pouquíssimo tempo, os resultados e objetivos estavam sendo alcançados.

Respeito a decisão, desejo aos novos gestores sucesso e saio somente com o sentimento de gratidão por todos. Obrigado, Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e em especial ao presidente Sérgio Sette Câmara, que me deu a oportunidade de trabalhar em mais um grande clube do futebol brasileiro.

Por fim, me direcionar ao torcedor atleticano e dizer a ele que sempre fiz o meu melhor e o quanto foi honroso esses 10 meses de convivência. Meus sinceros sentimentos de gratidão a todos vocês! Muito obrigado e feliz ano novo.”