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Sérgio Coelho demite o diretor Alexandre Mattos do Atlético

Nome mais cotado para assumir cargo é Rodrigo Caetano, ex-Internacional

João Vitor Marques
Alexandre Mattos foi demitido pelo Atlético nesta segunda-feira - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
No dia em que assumiu a presidência do Atlético, Sérgio Coelho oficializou a primeira importante decisão da gestão que vai até o fim de 2023: a demissão do diretor de futebol Alexandre Mattos. O novo mandatário alvinegro comunicou o dirigente da decisão em reunião realizada na manhã desta segunda-feira, na sede administrativa do clube, em Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.



O nome mais cotado para ocupar o posto é Rodrigo Caetano, ex-executivo de futebol do Internacional. Em contato com o Superesportes na manhã desta segunda-feira, o dirigente negou ter sido procurado pelo Atlético após a demissão de Alexandre Mattos. Ele está no Rio de Janeiro com a família.

Quem assumir o posto deixado por Alexandre Mattos dividirá as responsabilidades do comando do futebol (em especial a busca por contratações) com o empresário Renato Salvador, dono da Rede Materdei de Saúde e integrante do grupo gestor extraoficialmente instaurado no Atlético.

A troca foi definida em conjunto por Sérgio Coelho, o vice José Murilo Procópio e os quatro empresários que participam financeiramente e administrativamente da gestão atleticana: Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães, além do já mencionado Renato Salvador. Ao longo do dia, outras definições serão feitas e publicizadas.


A ideia do Atlético de demitir Alexandre Mattos havia sido divulgada inicialmente por Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas.

"Por deliberação deste órgão, optou-se por montar um time de dirigentes alinhados com o perfil administrativo e os propósitos deste recém-criado conselho. A mudança na diretoria de futebol converge para a nova política de gestão que vai permear o Galo nos próximos anos, com foco na austeridade administrativa, por meio das melhores práticas de governança; na reestruturação das categorias de base; na construção da Arena MRV; e na manutenção de um time profissional altamente competitivo", comunicou a diretoria do Atlético, por meio de nota.

Em mensagem publicada nas redes sociais, Mattos se despediu do clube e disse respeitar a decisão: "Desejo aos novos gestores sucesso e saio somente com o sentimento de gratidão por todos. Obrigado, Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e em especial ao presidente Sérgio Sette Câmara (agora ex-presidente), que me deu a oportunidade de trabalhar em mais um grande clube do futebol brasileiro”, escreveu.

Mudanças técnicas e políticas


A saída de Alexandre Mattos faz parte do processo de mudanças da diretoria atleticana proposta por Sérgio Coelho. Apesar de ter sido um nome escolhido pelo grupo que já detinha o poder no clube, o novo mandatário fará alterações significativas na estrutura administrativa.



Mattos foi contratado pelo Atlético em 12 de março de 2020, a convite do amigo e ex-presidente alvinegro Sérgio Sette Câmara. A demissão do dirigente, que tinha contrato válido até o fim de 2021, também se deve a questões políticas, justamente por conta da relação que mantém com o antigo mandatário.

5 metas do Atlético para 2021

1 - Conquistar título de expressão: Após um frustrante início de 2020, o Atlético mudou radicalmente o planejamento do futebol a partir de março. Para isso, contou com apoio administrativo e financeiro dos empresários Renato Salvador (Materdei), Ricardo Guimarães (Banco Bmg), Rafael Menin e Rubens Menin (ambos da MRV). O incremento significativo nos investimentos na comissão técnica e no elenco aumenta a pressão por um título de maior expressão, que não é conquistado pelo clube desde 2014 (quando ganhou a Copa do Brasil sobre o arquirrival Cruzeiro). Nos dois primeiros meses de 2021, o time terá pela frente as 11 rodadas finais do Campeonato Brasileiro, em que ocupa a segunda posição - a sete pontos do líder São Paulo. Na próxima temporada, o nível de disputa aumentará, com o provável retorno à Copa Libertadores. - Bruno Cantini/Atlético
2 - Dar continuidade ao trabalho de Sampaoli: Cuca, em 2013, foi o último técnico a ficar uma temporada inteira no comando do Atlético. Em 2015, Levir Culpi deixou o cargo dois jogos antes do fim do ano. A expectativa para 2021 é dar continuidade ao promissor trabalho de Jorge Sampaoli, contratado em março de 2020. A nova diretoria já explicitou que deseja renovar o contrato do argentino, que vai até dezembro, por mais 12 meses. Naturalmente, tudo dependerá do desempenho da comissão técnica, que tem como desafios a melhor implementação do estilo de jogo, conquistas de títulos e o melhor aproveitamento de jovens da base. - Bruno Cantini/Atlético
3 - Organizar finanças: O Atlético deve mais de R$ 700 milhões (uma das maiores quantias do futebol brasileiro). Para 2021, o Conselho Deliberativo aprovou um orçamento com R$ 401 milhões de receitas e superávit de R$ 5 milhões. Mais do que os números previstos - que quase nunca se concretizam ao fim do ano -, o clube precisa se atentar para a alta de despesas com contratações de atletas (geralmente sustentadas por empréstimos de parceiros). O próximo triênio precisa, sim, ser de fortalecimento do time, mas também de organização das devastadas finanças alvinegras. - Bruno Cantini/Atlético
4 - Avançar nas obras da Arena MRV: Em setembro de 2017, o Conselho Deliberativo do Atlético liberou a venda de parte do shopping Diamond Mall como forma de viabilizar o sonhado estádio alvinegro. Em abril de 2020, as obras finalmente começaram. Para 2021, a meta é ultrapassar os 50% do processo de construção. A expectativa atual é inaugurar a Arena MRV em outubro de 2022. - Alexandre Guzanshe/EM D.A Press
5 - Manter bastidores políticos apaziguados: Em 2020, o Atlético viveu um período de caos político, com um racha protagonizado pelo então presidente Sérgio Sette Câmara e o ex-mandatário e atual prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). Nos últimos meses do ano, porém, o grupo de empresários (Renato Salvador, Ricardo Guimarães, Rubens Menin e Rafael Menin) tomou a frente de um processo que serviu para apaziguar as disputas internas. O resultado foi a escolha de Sérgio Coelho (presidente) e José Murilo Procópio (vice) como candidatos da chapa única na eleição de dezembro. A meta em 2021 é manter a calmaria nos bastidores para que o time não seja afetado por eventuais desavenças. - Bruno Cantini/Atlético

Nota do Atlético para oficializar a demissão

O Clube Atlético Mineiro acertou, nesta segunda-feira, 4 de janeiro, a rescisão contratual com o diretor de Futebol Alexandre Mattos.

O encerramento do vínculo com Alexandre Mattos é fruto de decisão do órgão especial colegiado, composto pelo presidente Sérgio Coelho, pelo vice-presidente José Murilo Procópio e pelos conselheiros e apoiadores Rubens Menin, Ricardo Guimarães, Renato Salvador e Rafael Menin.


Por deliberação deste órgão, optou-se por montar um time de dirigentes alinhados com o perfil administrativo e os propósitos deste recém-criado conselho.

A mudança na diretoria de futebol converge para a nova política de gestão que vai permear o Galo nos próximos anos, com foco na austeridade administrativa, por meio das melhores práticas de governança; na reestruturação das categorias de base; na construção da Arena MRV; e na manutenção de um time profissional altamente competitivo.

O Clube Atlético Mineiro agradece ao ex-diretor pelos serviços prestados e deseja-lhe sucesso nos futuros desafios profissionais.