No lugar daquele time que mostrou inteligência e brilho em vários momentos do Brasileiro, um Galo retraído, tímido e com muitas deficiências numa partida em que não poderia mostrar tanta oscilação. O Atlético que enfrentou o líder, São Paulo, no Morumbi, foi um retrato da equipe que por várias vezes prometeu muito, mas fez tão pouco na competição.
O Atlético chegou ao importante duelo com o São Paulo motivado pela vitória sobre o Athletico-PR por 1 a 0, na Arena da Baixada, que deu motivação extra e o colocou como um dos candidatos ao título. Já o São Paulo teve interrompida uma sequência de 17 jogos sem derrota no revés para o Corinthians por 1 a 0, em Itaquera. Parecia o cenário ideal para o Galo superar o adversário fora de casa e colocar fogo no fim do campeonato. Mero engano.
O que se viu foi um time com muitos problemas. Problemas na recomposição, na marcação no meio-campo e na criação de lances de ataque pelos lados jogaram por terra a chance de o time alvinegro conquistar os três pontos fora de casa e permanecer firme na luta pelo título brasileiro. Os destaques individuais da equipe na competição – principalmente Guilherme Arana, Savarino e Keno – foram bem marcados e não executaram bem as funções ofensivas.
Sampaoli também se perdeu ao orientar a equipe. Começou a partida no esquema 3-4-3, mas com muitos espaços entre as linhas, que foram bem aproveitadas pelos anfitriões. E, no segundo tempo, o argentino mudou o time alvinegro para o tradicional 4-3-3. Mas a expulsão infantil do volante Allan desestabilizou os companheiros, que mostravam gradual evolução na segunda metade do jogo.
Agora, só uma regularidade impressionante poderá levar o Atlético ao título nacional. Depois de liderar a competição no início, a equipe se desacertou em alguns momentos, perdendo o encanto. Resta saber se Sampaoli será um bom psicólogo para tentar não deixar que o desânimo abale o grupo. Ainda há muito campeonato a disputar e – obviamente – os mineiros não podem desanimar.
Virtudes do tricolor
Claro que o São Paulo fez por merece a goleada por 3 a 0, no Morumbi. Fernando Diniz conseguiu anular as armas do Galo e ainda por cima mandou a campo um time com mais criatividade no meio-campo. O trabalho feito pelo treinador é algo exemplar, já que praticamente não teve chance de buscar contratações em 2020 – o único reforço foi o atacante Luciano, destaque dos paulistas, trocado por Éverton com o Grêmio.
Um dos pontos fortes é o trabalho com os pratas da casa. No jogo contra o Galo, Igor Gomes, Gabriel Sara e Toró, dois jogadores formados no clube, marcaram os gols. Foi a primeira vitória de Diniz contra Jorge Sampaoli, um dos treinadores mais badalados do futebol brasileiro.