Nesta terça-feira, a Quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) extinguiu a ação em que o atacante Maicon Bolt cobra cerca de R$ 21,7 milhões do Atlético. O jogador de 30 anos ainda foi condenado a pagar ao clube 15% de honorários - pouco mais de R$ 3,2 milhões -, mas vai acionar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para recorrer da decisão.
A controvérsia se iniciou após o Atlético rescindir o contrato de Bolt, em fevereiro. Dias depois, a defesa do jogador levou o imbróglio às vias judiciais. Decisão em primeira instância condenou o clube a pagar cerca de R$ 14,2 milhões ao atleta, mas o caso seguiu indefinido após os advogados das duas partes recorrerem: o atacante para aumentar o valor; o Galo para levar a discussão à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A decisão da Justiça do Trabalho nesta terça deu razão ao clube e indicou que o caso deve ser discutido na CNRD. A extinção da ação judicial no TRT tem por base uma das cláusulas do contrato assinado em janeiro de 2019 por Bolt e Atlético, que aponta o órgão ligado à CBF como foro adequado para discussão do caso.
Pelo Twitter, o vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, comemorou a decisão desta terça-feira. “Vitória espetacular do Atlético; Tribunal Regional do Trabalho decidiu há alguns minutos dar ganho de causa ao Atlético para extinguir ação que o ex-jogador do clube cobrava mais de 22 milhões do clube. O jogador foi condenado a pagar 15% de honorários”, escreveu.
Em contato com o Superesportes, o advogado de Bolt, Filipe Rino, disse que já ingressou, na tarde desta terça, com uma ação na CNRD para cobrar os R$ 21,7 milhões do Atlético. Além disso, afirmou que recorrerá ao TST para reverter a decisão do TRT e cancelar a extinção do processo na Justiça do Trabalho. O caso, portanto, ainda terá desdobramentos.
“A Justiça do Trabalho entendeu que, antes de entrar com um processo trabalhista, o Maicon deveria ter entrado com uma ação na CNRD. O Atlético não venceu o processo, continua devendo o Maicon. Se a ordem de pagamento vai vir da CNRD ou da Justiça do Trabalho, pouco importa. De qualquer maneira, como já entramos com processo na CNRD e vamos recorrer na Justiça do Trabalho, ou na Justiça do Trabalho ou na CNRD eles vão ter que pagar o Maicon. Foi uma medida meramente protelatória do Atlético - parabéns para eles -, mas não significa que venceram, muito longe disso. Eles continuam devendo ao Maicon”, disse Rino.
Revelado pelo Fluminense, Maicon Bolt passou quase uma década no futebol europeu (Lokomotiv, da Rússia, e Antalyaspor, da Turquia) antes de retornar ao Brasil em 2019 e se tornar um dos jogadores mais bem pagos do elenco do Atlético. Com a camisa alvinegra, não conseguiu se firmar e virou alvo de críticas de torcedores. Foram apenas dois gols marcados em 28 jogos disputados. Ele ainda está sem clube.
