Em dezembro de 2019, uma visita do presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), dividiu torcedores nas redes sociais. Quase um ano depois, o mandatário alvinegro, enfim, falou sobre o tema, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira.
Sette Câmara se defendeu e mencionou uma homenagem do Atlético à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para justificar o encontro com Bolsonaro. “Certa feita, fui visitar o presidente Bolsonaro, e aí me criticaram em rede social. Eu não visitei o presidente Bolsonaro, visitei o presidente da República. Quando a Dilma (Rousseff) era presidente, ela foi homenageada aqui pelo Atlético, na época por quem estava aqui. E assim deve ser com quem estiver lá”, disse.
Torcedora do Atlético, Dilma teve imagem associada ao clube diversas vezes. Em 2011, por exemplo, recebeu da diretoria uma camisa alvinegra durante uma visita ao Mineirão, que estava em obras para a Copa do Mundo de 2014. Já em 2013, parabenizou o Galo pela conquista da Copa Libertadores.
Em 2011, Dilma Rousseff recebeu camisa do Atlético de presente - Foto: Bruno Sales/Atlético
Sette Câmara de direita?
No encontro há um ano em Brasília, o mandatário alvinegro esteve com o filho Sérgio Sette Câmara, piloto de automobilismo, e o deputado federal Fábio Ramalho (MDB). O presidente do Atlético entregou a Bolsonaro uma camisa do clube.
Ao falar sobre a reunião, Sette Câmara se aprofundou no tema e disse não ser de direita. “Todo mundo sabe aqui que fui militar por muitos anos, servi na brigada paraquedista, fiz todos os cursos de alpinismo e montanhismo do Exército. Tenho muito orgulho de ter servido a minha pátria. Isso não significa dizer que eu seja de direita, como muita gente equivocadamente dizia”, afirmou.
Em seguida, voltou a defender a forma como agiu em relação à política ao longo do mandato na presidência alvinegra. Eleito em 2017, Sette Câmara assumiu oficialmente o cargo em janeiro do ano seguinte. Deixará o posto no próximo mês, já que não tentará reeleição.
“O Atlético é uma instituição que tem no seu presidente o seu representante e ele tem esse papel, mas eu nunca, em tempo algum, fiz qualquer tipo de menção política durante o período em que eu estive na presidência do clube. Acho que respeitei muito isso. O Atlético tem torcedores, conselheiros, da extrema-esquerda à extrema-direita, de todas as religiões. Nunca deixei misturar isso. Muitas vezes, fui até criticado por não postar determinadas coisas, porque eu acho que muitas vezes há uma confusão entre um clube de futebol e outros institutos aí”, finalizou.