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OPINIÃO

Análise: repertório variado de jogadas foi o diferencial do Atlético em goleada

Time abriu mão do protagonismo no ataque e jogou de forma inteligente contra um dos candidatos ao título. Virtude foi a força nos contra-ataques

Roger Dias
Sasha foi um dos melhores em campo, com dois gols na vitória expressiva - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press  
A eficiência no futebol não se resume em ser sempre protagonista, propositivo ou mesmo comandar a posse de bola nas partidas. Diante de um Flamengo desorganizado, o Atlético provou que também sabe jogar sem a bola, explorando as falhas do adversário na defesa. Jorge Sampaoli, que estava nas cadeiras, e o auxiliar Jorge Desio, no banco de reservas, prepararam uma estratégia letal para bater os cariocas: dois contra-ataques fulminantes no início, se beneficiando de jogadas pelas pontas com Savarino e Keno. A arma surtiu efeito imediato.


 
 
Mas o repertório de jogadas do Galo foi além disso. Os avanços dos laterais em momentos chaves e a boa infiltração do volante Alan Franco se tornaram também válvulas de escape dos donos da casa para incomodar o rubro-negro, cuja defesa estava muito vulnerável no Mineirão. Pela sua característica de jogo, é evidente que os mineiros terão mais facilidade contra times que saem muito para o ataque e dão espaços. 

O alvinegro deu uma aula de tática no Mineirão. Começou o jogo no 3-4-3, fez jogadas pelos lados, mostrou-se seguro na parte defensiva e neutralizou todo o meio-campo do Fla, que normalmente é o motor da equipe. Com os companheiros em dia pouco inspirado, o jovem centroavante Pedro e o mineiro Bruno Henrique foram anulados. Foi a segunda vitória do Galo sobre o Fla neste Brasileiro.

O Atlético tenta convencer sua torcida de que tem time para brigar pelo título brasileiro. A diretoria busca fazer sua parte, ao anunciar os reforços pedidos por Sampaoli. O treinador insiste em dizer que a equipe ainda está em formação e que precisa de muito gás para se tornar um time imbatível. Um grupo vencedor não se faz da noite para o dia. É preciso tirar lições das derrotas para que o coletivo possa crescer.



O desafio do argentino é justamente trabalhar para que o Atlético não seja previsível. Que ele possa sempre ter um coelho na cartola quando sua estratégia não surtir efeito imediato. Ainda há muito campeonato pela frente, com muitos testes difíceis. E em cada um será exigido um Atlético brilhante e inteligente.