Virou senso comum no futebol brasileiro que os campeonatos estaduais não têm valor. Em meio a uma série de competições que tornam o calendário desgastante, eles são menosprezados por torcidas, dirigentes e até mesmo jogadores. Porém, no caso do Atlético, o título regional de 2020 tem sua importância, não apenas por ser o primeiro de Jorge Sampaoli no clube.
A conquista ameniza uma temporada que começou desastrosa para o clube. E finalmente representa uma ruptura com o longo de período de fracassos que o Galo viveu nos últimos anos na administração de Sérgio Sette Câmara. Escolhas erradas de contratações, insucessos nas competições e interrupção dos trabalhos foram alguns dos percalços que a equipe viveu nas últimas temporadas.
Vale lembrar que as eliminações na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana foram o estopim para que a diretoria fizessem uma limpa no clube, com as demissões do técnico Rafael Dudamel, do diretor de futebol Rui Costa e do gerente de futebol Marques. Mas tudo tem começo, meio e fim.
O Atlético agora tem de pensar no futuro. É preciso comemorar o êxito, mas ciente de que o grupo montado por Jorge Sampaoli precisa mostrar muito mais do que fez nos 12 jogos com o argentino no banco de reservas. As finais equilibradas com o Tombense são uma prova de que a equipe tem muito a evoluir, principalmente do meio para a frente. Esperava-se um maior domínio do time da capital, com investimento muito superior e peças capazes de decidir individualmente, o que não ocorreu.
E as cobranças da torcida alvinegra – mesmo que distante dos atletas, já que os jogos têm sido sem torcida – serão cada vez maiores pelo título brasileiro, que não vem há quase 49 anos, uma vez que os principais rivais alvinegros estarão envolvidos em outras competições. Vários jogadores precisam atingir maior regularidade, como Allan, Savarino, Hyoran e Keno.
Certamente, a equipe encontrará obstáculos maiores daqui para a frente, e Sampaoli precisa estar preparado. A partir de agora, cada confronto pelo Brasileiro será um teste para comprovar a capacidade do grupo desenhado justamente para tentar tirar o clube da fila de quase meio século sem a conquista nacional.
Leia também: