Por alguns meses, o Atlético sonhou com Jorge Sampaoli com a esperança de o badalado técnico argentino dar nova cara à equipe e devolver o clube ao rumo dos títulos. Com ampla carta branca da diretoria, ele chegou a Minas exigindo reforços de maior qualidade, fez reformulação na comissão técnica alvinegra e praticamente redesenhou o time titular. Mesmo com uma vitória no sufoco diante do Tombense, uma dúvida fica no ar: o comandante vai definitivamente conseguir colocar o Galo nos eixos?
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Apesar da vitória, causa certo espanto a queda repentina de rendimento da equipe nos últimos jogos. O time alvinegro até demonstra volume de jogo e cria mais de 10 oportunidades por partida – características do estilo de jogo de Sampaoli –, mas se perde muito no último passe. E Sampaoli mexe muito no time, muitas vezes de forma exagerada. O retrato dos últimos confrontos tem sido de total falta de sintonia dos jogadores de frente, como Keno, Savarino e Hyoran, como ocorreu diante do Tombense.
Vale lembrar que os últimos trabalhos ajudaram a dar prestígio ao comandante. Tanto é que a torcida e parte da mídia mantêm paciência com eles que antes não existia com seus antecessores. Com poucos jogos, o venezuelano Rafael Dudamel já havia sido execrado pelas atuações nada convincentes no início do ano.
Pelo grande investimento, o Galo chega com maior pressão do que o Tombense para vencer o Mineiro, título que não conquista desde 2017. Mas a equipe precisa traduzir, dentro de campo, esse favoritismo. As últimas atuações mostram que o time alvinegro, que ainda não tem nenhuma identidade, precisa muito a evoluir no aspecto físico e tático – as várias mudanças chegam a prejudicar na consolidação de uma base. Já Sampaoli deve comprovar de forma concreta, com trabalho e resultados, o prestígio internacional que ganhou nos últimos anos.