Jogadores com mais qualidade, um time com melhor preparo físico e com mais peças de reposição para o segundo tempo. No papel, as diferentes existentes entre Atlético e Botafogo sinalizavam que o time mineiro literalmente “iria engolir” um adversário em crise financeira no confronto entre as equipes no Engenhão. Mas não foi isso que ocorreu. Mesmo dominando o Fogão na posse de bola e nas chances, o Galo não traduziu sua supremacia em gols e despencou da liderança do Campeonato Brasileiro.
Na partida que o Atlético mais finalizou na competição (quase 30 vezes), o prejuízo no Rio teve muito a ver com as decisões erradas dos atacantes na noite. Novamente, os homens de frente não estiveram bem. Keno levou vantagem técnica sobre os zagueiros do time carioca, mas desperdiçou seguidas finalizações. Marquinhos se mostrou tímido enquanto esteve em campo. E Marrony – destaque contra o Ceará – foi muito bem marcado pelo rival.
É certo que todos os times que encaram o Atlético vão usar e abusar do contra-ataque. Por isso, Sampaoli precisa ajustar bem a marcação para que o time não se complique, como ocorreu no Engenhão e já havia prejudicado os mineiros em outros jogos. O treinador mudou completamente a estrutura tática da equipe no segundo tempo, mas o time não conseguiu o sonhado gol. Pior: depois de levar o primeiro, na etapa inicial, o Galo foi castigado com gol de Caio Alexandre no fim - o gol de Igor Rabello não mudou o panorama.
O Galo nitidamente sente a falta de um camisa 10 nato, papel que Cazares poderia exercer no time de Jorge Sampaoli. Mas o gringo se envolveu em polêmicas extracampo e hoje é carta fora do baralho com o treinador. Nathan, que fez partidas regulares no Mineiro e no começo do Brasileiro, só voltará em meados de outubro. Depois de brilhar contra o Corinthians, Hyoran fez duas partidas fracas contra Ceará e o próprio Botafogo e não convenceu.
Por mais que seja candidato ao título, o time ainda está em formação, com muitos ajustes a ser feitos por toda a comissão técnica.