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Sette Câmara explica investimentos de parceiros em reforços para Atlético: 'Se for pagando dívida, não vamos fazer time forte'

Presidente cita reestruturação financeira do Flamengo como exemplo e mira mais duas ou três contratações para o Brasileiro

Redação
Sette Câmara comenta sobre altos investimentos do Atlético em 2020 - Foto: Pedro Souza/Atlético
Em entrevista ao jornal O Globo, nesta sexta-feira, o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, comentou sobre os investimentos para a temporada com ajuda de parceiros, como Rubens Menin, da construtora MRV, e Ricardo Guimarães, do banco BMG. O dirigente explicou o motivo de os patrocinadores ajudarem nas contratações e não nas dívidas, mas apontou relação entre as situações. 



“Eles são patrocinadores do clube. Ponto. E não é a MRV e o BMG. Essa ajuda é feita na pessoa física. O cara que está fazendo isso é, basicamente, o Rubens. A ajuda é com alguns pagamentos que tivemos que fazer. O Maicosuel, por exemplo. Tivemos um problema de câmbio. Tínhamos um dinheiro reservado. Foi justamente na época em que o euro foi lá para cima. Quem nos socorreu foi o Rubens Menin, que botou dinheiro lá. Até já devolvemos o dinheiro para ele. Se tem que complementar para não deixar chegar ao terceiro mês de salário atrasado, ele põe. Ele que colocou para a gente que o interesse é fazer um time forte. Se for pagando dívida, não vamos fazer time forte. Uma coisa puxa a outra. Um time forte vai trazer torcida, engajamento, ativações para monetizar o engajamento. Rubens, Rafael Menin e o Ricardo Guimarães têm histórias de competência e sucesso que emprestam para o Atlético. Experiência ganhadora. Tem uma brincadeira que o pessoal faz: "Esse cara tem dedo de ouro". Vamos botar o dedo de ouro dele aqui, declarou.

O caso de Maicosuel citado por Sette Câmara foi solucionado em abril deste ano.  Com ajuda dos parceiros, o clube confirmou o pagamento de R$13.454.328,54 pela compra do meia, efetuada em 2014, no último dia do prazo dado pela Fifa para que o clube quitasse o débito com a Udinese, da Itália, sob risco de perda de pontos no Campeonato Brasileiro

Na questão de recuperação financeira, Sette Câmara usou o exemplo do Flamengo e projetou a reestruturação do Atlético em moldes melhores do que ocorreram no clube carioca. 



“A estratégia não precisa ser literalmente igual. Temos situações diferentes, como um estádio adiante. Dentro da filosofia, temos uma meta ali. São negócios diferentes que trazem estratégias diferentes. Mas do ponto de vista de cortar custos, fazer investimentos inteligentes, compliance, organização interna, estamos fazendo à risca, como aconteceu no Flamengo. Queremos fazer até melhor que o Flamengo. A empresa que faz aqui é a que faz lá, a EY”, comentou.

O Atlético passou por reformulação intensa desde a chegada do técnico Jorge Sampaoli, em 1º de março. Uma das exigências do argentino foi a garantia de reforços, e sete já foram contratados: os zagueiros Júnior Alonso e Bueno; o lateral-direito Mariano; os volantes Leo Sena e Alan Franco; e os atacantes Keno e Marrony. E o alvinegro não economizou: investiu R$ 85 milhões apenas no período sem jogos. Desde o início da temporada, já foram gastos R$ 130 milhões – parte desse valor emprestado pelo empresário Rubens Menin. 

Sette Câmara revelou que mais duas ou três contratações ainda devem ser feitas para o Campeonato Brasileiro. “O Atlético vai no mercado, sim. Temos necessidade de dois, três jogadores para acabar de fechar o elenco. Mas quando alguém sai no mercado como o Atlético saiu, todo mundo vira e faz oferta. Acham que nasceu árvore de dinheiro e vamos sair comprando. Não é por aí. Dentro do que foi combinado com o treinador, estamos cumprindo, mesmo durante a pandemia. Dificilmente vamos fazer outros grandes investimentos. Não tem mais espaço para isso. Vamos buscar oportunidades no mercado. Quem estiver livre para vir numa condição interessante, com interesse do treinador, vamos ao mercado, fazendo proposta de forma legítima”, concluiu.