Pouco mais de três anos depois da despedida, Jorge Sampaoli e Mariano se reencontrarão. Entre 2016 e 2017, técnico e jogador trabalharam juntos no Sevilla, da Espanha. Em 2020, voltam a estar lado a lado, desta vez no Atlético. O que esperar desta parceria na Cidade do Galo?
Para entender os prováveis planos do treinador para o lateral-direito de 34 anos, o Superesportes entrevistou o jornalista espanhol Fran Montes de Oca, redator do ABC de Sevilla. Ele acompanhou de perto as duas temporadas de Mariano no clube andaluz - uma delas sob o comando do argentino.
Versatilidade
Mariano defendeu o Sevilla entre 2015 e 2017. Nesse período, fez 80 partidas, marcou um gol e conquistou o título da Liga Europa em 2016 sobre o Liverpool de Jürgen Klopp. Na maioria dos jogos, atuou na posição à qual está habituado: lateral-direito. Com Sampaoli, porém, também chegou a ser testado como zagueiro e um espécie de meia pela direita num sistema que tinha uma trinca de meio-campistas.
“Mariano logo demonstrou suas grandes qualidades como lateral-direito e teve grande rendimento tanto com (Unai) Emery, quanto com Sampaoli de treinadores. É um jogador com muita bagagem, que abarca uma grande área do campo, incansável e disciplinado também taticamente. Foi o terceiro jogador do plantel mais utilizado por Sampaoli, atrás somente do goleiro Sergio Rico e de Steven Nzonzi”, avalia o jornalista.
Na lateral direita, Mariano terá a concorrência de dois jovens no Atlético: o titular Guga, de 21 anos, e o reserva Mailton, de 22. Na zaga, a lista é mais extensa e conta com Réver, Igor Rabello, Junior Alonso, Gabriel, Bueno e Gustavo Henrique. No meio, o setor onde o novo reforço alvinegro pode atuar tem sido ocupado por Nathan.
A contratação foi bastante elogiada por Sampaoli, em entrevista coletiva na última quarta-feira. “Mariano jogou comigo no Sevilla em 2017. Eu o conheço muito bem. Eu recomendei a contratação de Mariano, porque já o conheço, já estava jogando no Galatasaray até a última partida, então está com ritmo, e conseguir algum jogador desta posição, a lateral direita, em ritmo, era difícil. Eu já o conheço, ele já me conhece. Então, o tempo de adaptação será menor”, avaliou o treinador.
Alto rendimento
Mariano é um velho conhecido da torcida alvinegra. Em 2008, foi contratado para a disputa do Campeonato Brasileiro e logo se tornou um dos destaques da equipe. Porém, o ainda jovem jogador foi dispensado pela diretoria por conta de um episódio de indisciplina, em São Paulo.
Antes do jogo contra o Palmeiras, Mariano abandonou a concentração ao lado do lateral-esquerdo Calisto e do meia Lenílson. Os três foram para uma festa e tiveram os contratos rescindidos por justa causa. Anos depois, a expectativa é que o jogador - já mais maduro e após quase nove anos no futebol europeu - consiga mudar a história.
Do Atlético, Mariano partiu para o Fluminense, clube que defendeu por três temporadas até ser vendido ao Bordeaux, da França. Lá, destacou-se e chamou atenção do renomado diretor desportivo Ramón Rodríguez Verdejo, conhecido como Monchi.
“Mariano foi uma contratação de Monchi, vindo de um dos mercados favoritos do diretor desportivo, a Ligue 1 da França. Na Espanha, Mariano era pouco conhecido. Sua contratação pelo Sevilla surpreendeu muito, mas outra vez se tratou de um acerto total do diretor desportivo sevillista”, conta Fran Montes de Oca.
“No Sevilla, ganhou o carinho e o respeito da torcida e do clube, uma instituição muito ganhadora, na base de um rendimento altíssimo. Fez duas grandes temporadas. É um lateral muito vertical, ofensivo e vistoso. Os torcedores do Sevilla ainda se lembram do golaço que marcou na semifinal da Liga Europa de 2016 ante o Shakhtar Donetsk-UCR. Também fez uma partidaça na final da Liga Europa de 2016, na qual o Sevilla se impôs ao Liverpool de Klopp por 3 a 1”, relembra.