Em meio aos conflitos políticos no Atlético, a Arena MRV pode se tornar um problema para o clube. Segundo o vice-presidente do Conselho Deliberativo e presidente da MRV Engenharia, Rafael Menin, o Galo está com dificuldades para obter o alvará do estádio junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Caso não consiga o documento em até 60 dias, as obras poderão atrasar em seis meses.
"A prefeitura tem demandado um esforço adicional, a cada dia uma demanda nova. Parece haver também algum tipo de desencontro de informação entre os departamentos. É uma pena, porque em breve acho que vamos poder começar a fundação", disse Menin em entrevista à Rádio Itatiaia.
De acordo com Rafael Menin, sem obter o alvará em até 60 dias, será necessário interromper a construção até o fim do período chuvoso, que seria em março do ano que vem.
"Isso traria um prejuízo grande para o clube e uma postergação no prazo final de construção de aproximadamente seis meses. Tenho segurança de que nós vamos conseguir endereçar com a prefeitura essas últimas pendências para não ter que parar a obra", completou.
Alexandre Kalil rebate
O prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil (PSD), rebateu a fala de Menin através de uma publicação no Twitter. Segundo o chefe do executivo da capital mineira, “a PBH não entra em briga política do Atlético”.
“Documentos são documentos, mesmo se a arena for do Atlético, do Cruzeiro ou do América, e estão todos à disposição. Não coloquem o prefeito, eleito para cuidar da cidade inteira, nessa briga”, escreveu na rede social.
Além de contestar a fala de Rafael Menin sobre o desencontro de informações para obter o alvará da Arena MRV, Kalil aproveitou para “cutucar” o vice-presidente do Conselho Deliberativo, que segundo ele, nunca o procurou para falar do estádio. Nessa semana, o racha político no Atlético se acirrou depois que Menin convocou os conselheiros para votar o balanço da temporada passada no dia 31 de julho.
Por conta da pandemia, o presidente do Conselho, Castellar Modesto Guimarães Filho se mostrou contrário e enviou um novo ofício tratando a convocação como “apressada e equivocada”, além de resguardar o direito de alterar a data e a forma da reunião. A resposta gerou dura reação de Sérgio Sette Câmara, que quer a votação em 31 de julho, pois teme que a apreciação em agosto leve o Atlético a ser excluído do Profut.