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Em meio a desgaste e fim de contrato, Atlético ainda almeja valorização de direitos econômicos de Cazares

Meia equatoriano esteve envolvido em diversas polêmicas durante a pandemia

Redação
Atlético busca valorização de Cazares no mercado - Foto: EM/D.A. Press
Não é de hoje que a relação entre Atlético e Cazares está estremecida. Desde o início do ano, o meia tem indicado desejo de deixar Belo Horizonte e se transferir para o exterior. Mas a postura do equatoriano fora de campo tem atrapalhado o Galo, que busca valorizar os direitos econômicos e vendê-lo antes do fim do contrato, em dezembro.



Em janeiro, o Atlético recebeu uma proposta de 2,8 milhões de dólares (cerca de R$ 11,7 milhões na cotação da época) do Al-Ain, da Arábia Saudita, por Cazares. A oferta mexeu com o jogador, que manifestou interesse em deixar o clube. Na época, o então técnico Rafael Dudamel optou por não escalar o equatoriano no Campeonato Mineiro pois o meia estava “sem cabeça” para jogar.

Como a negociação não se concretizou, Juan Cazares foi reintegrado ao elenco. Entretanto, o meia voltou a ganhar os holofotes pouco tempo depois, em maio. Mesmo durante a pandemia do coronavírus, ele foi flagrado, junto de Otero, jogando uma “pelada” em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ambos descumpriram a recomendação do Atlético de permaneceram em casa durante a quarentena.

Dias depois, o meia equatoriano voltou a desobedecer as orientações de isolamento social ao promover uma festa no condomínio onde mora, em Lagoa Santa. Na ocasião, o jogador foi multado em R$ 130 mil pela prefeitura do município, valor máximo previsto em legislação por ser reincidente, já que haviam outras denúncias contra o meia. 



Antes de retornar às atividades na Cidade do Galo, no fim de maio, o elenco alvinegro passou por uma bateria de exames, e Cazares foi o único atleta a testar positivo para COVID-19. As avaliações médicas foram feitas cerca de uma semana após a festa na casa do jogador. Ele voltou aos treinamentos apenas na última terça-feira, após estar totalmente recuperado da doença.

Depois do diagnóstico positivo para coronavírus, o meia passou a ser investigado por crime contra a saúde pública por conta da festa. O equatoriano chegou a prestar depoimento à Polícia Civil e pode responder com base no artigo 268 do Código Penal: "Infringir determinação do poder público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa". A pena é de detenção de um mês a um ano, além de multa.

Vinculado ao Atlético até dezembro, Cazares está apto a assinar um pré-contrato com qualquer clube e deixar o alvinegro de graça. Portanto, a saída do Galo é vender o equatoriano antes que ele defina seu futuro com outra equipe. 



Na última semana, conforme informou a Rádio Itatiaia, a diretoria alvinegra recebeu uma proposta de 500 mil dólares (cerca de R$ 2,6 milhões) do Al Ittihad Kalba, dos Emirados Árabes, pelo jogador. Porém, o valor, que é bem inferior à oferta de janeiro, não agradou a cúpula atleticana. Em busca de valorizar os direitos econômicos do atleta, o Galo teria feito uma contraproposta de 1,5 milhão de dólares (cerca R$ 8 milhões).

Mesmo com o aumento da pedida, as cifras estão bem abaixo em relação ao valor de mercado do equatoriano. Segundo o Transfermarkt, site especializado no assunto, estima-se que o meia valha 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 21 milhões).

Apesar das polêmicas fora de campo, Cazares é um dos melhores jogadores da posição em atividade no Brasil e peça importante no Atlético de Sampaoli. Além das qualidades técnicas, o meia registrou alguns recordes pelo Galo: é o segundo maior artilheiro estrangeiro do clube, com 41 gols, e também o atleta estrangeiro que mais vestiu a camisa alvinegra (205 jogos).